Todo mundo sabe o quanto os bancos de sangue lutam para
conseguir convencer mais e mais pessoas a doarem sangue. Estima-se que 1,9 %
dos brasileiros doem sangue regularmente. Essa estimativa está dentro dos parâmetros
mundiais de 1 a 3% estipulados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), mas a
instabilidade das doações e a constante necessidade de sangue causam muitos
transtornos para os hospitais e colocam em risco a vida de muitas pessoas. Uma
simples doação, que leva cerca de 40 minutos, pode salvar de 3 a 4 vidas.
Portanto, doar sangue é um ato de cidadania.
No ato da doação, o voluntário é submetido a uma entrevista
de triagem, que inclui informações sobre doenças, uso de drogas e medicamentos,
tatuagens e piercings recentes e comportamento sexual. Todas essas coisas levam
em conta um risco aumentado de transmissão de HIV e hepatites, mas há uma
grande incoerência sobre a realização dessa triagem, uma vez que todo o sangue
doado é testado para essas doenças antes de ser utilizado pelo receptor. A
justificativa da triagem é eliminar doadores em condições de saúde que coloquem
em risco a vida do doador e do receptor e potencialmente infectados pelas
mesmas razões e também para "não desperdiçar material de coleta".
Em minha opinião a questão do comportamento sexual é depois
do medo que os brasileiros têm de agulhas, a segunda razão que mais inibe que
pessoas doem sangue, porque ter que revelar dados sobre o número de parceiros,
comportamento sexual sem proteção, além de parecer irrelevante, porque todas as
amostras são sistematicamente testadas, me parece, no mínimo, preconceituoso.
Ainda acrescento que pessoas que se declaram homossexuais
têm sua intenção de doação vetada, mesmo que tenha uma relação estável, mesmo que
não faça sexo há meses. Homossexuais são considerados promíscuos e com um risco
maior de estarem contaminados. Pergunto: e quem mente na hora de doar sangue
para um familiar? Será que um heterossexual promíscuo, na hora que tiver que
doar sangue para a sua mãe hospitalizada, revelará, no momento da triagem, que
participou de uma orgia na semana anterior? Eu duvido. E aquele homossexual que
estiver passando pela mesma situação? Será que ele vai dizer a verdade, será
que ele se assumirá homossexual na tal triagem, correndo o risco de ser
proibido de doar sangue para um familiar na UTI? Certeza que não.
Negar o direito de um homossexual doar sangue é negar o
direito à cidadania. Alguns podem dar de ombros, pensando ‘danem-se se eles não
querem meu sangue’, mas conheço diversos homossexuais que mentem, ocultam sua
sexualidade para poderem ajudar conhecidos e desconhecidos, doando regularmente
o seu sangue. Além disso, doar sangue é uma forma bastante cidadã de conhecer
as suas sorologias. O que parece mais fácil: assumir que essa prática é
retrógrada, preconceituosa e burra ou instalar detectores de mentiras nas
triagens dos bancos de sangue? Pense nisso.
Do blog de Jamildo
Um comentário:
poxaaaaaaaaaaaa
tem que pergunta mesmo.
se ocara é promiscuo ele deve ser evitado como doador e os gays e lesbicas sáo promiscuos.
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