BRASÍLIA - Está em consulta
pública um protocolo de atendimento do governo que prevê tratamento contra a
aids para todos os adultos que sejam diagnosticados soropositivos,
independentemente do estágio da doença. A expectativa do Ministério da Saúde é
que a expansão da oferta de tratamento gratuito chegue a mais 100 mil
pacientes.
O protocolo atual usado pela rede
pública de saúde prevê que o tratamento seja fornecido ao paciente com aids que
tiver CD4 (células de defesa do organismo) abaixo de 500 para cada milímetro
cúbico de sangue. Desde o início de 2013, também podem receber o tratamento
casais sorodiscordantes (aqueles em que um dos parceiros tem o vírus e o outro
não), com CD4 acima de 500 células para cada milímetro cúbico de sangue,
pacientes que convivem com outras doenças, como tuberculose e hepatite, e
pacientes assintomáticos com CD4 menor de 500.
Com o novo protocolo, o
tratamento poderá chegar a um grupo de pacientes que têm CD4 acima de 500, não
apresentam os sintomas da doença e, portanto, não podem receber o tratamento
gratuito conforme o protocolo vigente. Segundo o Ministério da Saúde, estudos
internacionais mostram que o uso precoce de antirretrovirais reduz em 96% a
taxa de transmissão do HIV.
O Ministério da Saúde estima que
atualmente cerca de 700 mil pessoas vivam com HIV e aids no país, mas 150 mil
não sabem que têm o vírus ou a doença. Ao todo, 313 mil recebem tratamento com
medicamentos antirretrovirais gratuitos. O Brasil registra, em média, cerca de
38 mil casos de aids por ano. Desde os anos 80, quando teve início a epidemia,
foram contabilizados 656 mil casos.
O diretor do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, destaca que a
medida terá efeito benéfico especialmente sobre as populações mais vulneráveis
ao HIV, entre elas homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e
pessoas que usam drogas. Ele ressalta que o Brasil será o primeiro país em
desenvolvimento a adotar a política de tratamento como prevenção.
A consulta pública está aberta
para contribuições da sociedade até o dia 5 de novembro. A validação das
proposições recebidas e elaboração da versão final consolidada do protocolo
será coordenada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, que deve
finalizar o documento no próximo mês.
Agência Brasil
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