terça-feira, 1 de julho de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna da terça-feira

A sensata escolha de Aécio por Aloysio Nunes
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, ao escolher o nome do senador paulista Aloysio Nunes (PSDB) para ocupar a vaga de vice e enfrentar ao seu lado a disputa contra o ex-governador Eduardo Campos (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), demonstrou ter pensado de forma efusiva nas possibilidades e se dedicado à análise da conjuntura política como um todo, superando possíveis bairrismos. Aécio pode ter escolhido Nunes por diversas razões, entre elas a capacidade de articulação do agora vice, mas, sem dúvida, foi considerada a estratégia do PSB de tentar buscar votos para Eduardo na campanha à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

A equipe de campanha de Eduardo Campos demonstra estar ciente do desafio em tornar o socialista conhecido do eleitorado brasileiro, tarefa que com certeza não vai ser das mais fáceis, visto que o ex-governador raramente atinge os dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. Tendo esse gigante para derrotar, os socialistas se articularam e conseguiram emplacar o deputado federal Márcio França na vice de Geraldo Alckmin, e tentam, agora, fazer com que o eleitor paulista vote no PSDB para o Governo do Estado e no PSB para o Palácio do Planalto.

A estratégia para descolar votos para Eduardo Campos no maior colégio eleitoral do país vai contar com o apoio de 40 comitês de campanha – 28 no interior e 12 na capital. Ali, o eleitor vai ser convidado a esquecer Aécio e conhecer Eduardo.

O PSDB, ao considerar esse cenário, homologou Aloysio Nunes, responsável por mais de 11 milhões de votos nas últimas eleições para o Senado em São Paulo. A intenção, entre outras, é de evitar, entre os paulistas, o que aconteceu com Dilma Rousseff no Rio de Janeiro, que perdeu votos de dissidentes do aliado PMDB para Aécio Neves.

Além disso, ao ungir Aloysio Nunes, Aécio minimiza um possível afastamento de José Serra (PSDB), uma vez que o ex-governador paulista é um dos grandes aliados de Nunes. Afinal de contas, em uma época onde reina a infidelidade partidária, o discurso contraditório e a oferta de cargos em troca de apoios, manter por perto possíveis dissidentes é uma das melhores estratégias.

COMISSIONADOS EM PRIMEIRO LUGAR - O governador João Lyra Neto (PSB) parece estar optando por voos comerciais para não ter que abrir mão dos 44 cargos comissionados que irá manter em sua gestão mesmo após a extinção da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa). Apesar de o Diário Oficial do Estado ter publicado o fim da pasta, sua gestão adiantou que pretende realocar os funcionários de confiança, provavelmente para garantir o bem-estar comum entre aliados durante o período eleitoral.

É MELHOR PREVENIR - O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchôa (PDT), pediu à direção estadual do Partido Democrático Trabalhista, no último domingo (29), que homologasse a candidatura de Marileide Rosendo (PDT) à Câmara dos Deputados. Estaria o pedetista apenas querendo ampliar suas bases eleitorais ou seria esse um gesto antecipado em função de um possível recuo da candidatura federal de Marinaldo Rosendo (PSB), irmão de Marileide e principal aliado de Uchôa?

MUITA CALMA NESSA HORA - A vereadora Priscila Krause (DEM) conseguiu impor uma nova derrota aos “apressadinhos” da bancada governista. Aliados do prefeito Geraldo Julio (PSB) tentaram dispensar os prazos regimentais da matéria que reajusta os servidores municipais, um projeto que tem causado polêmica entre os funcionados da Prefeitura do Recife. “Não há porque essa pressa para votarmos [o projeto]. Não tem para que rolo compressor”, disse a democrata, salientando a importância da discussão e análise da proposta.

CURTAS

OS ESQUECIDOS - Moradores do Arquipélago de Fernando de Noronha continuam a se perguntar quando serão contemplados com a atenção da equipe responsável por elaborar o plano de governo do candidato do PTB ao Palácio do Campo das Princesas, senador Armando Monteiro Neto, nome de oposição a Paulo Câmara (PSB), afilhado político do ex-governador Eduardo Campos (PSB). A população se queixa dos altos preços praticados na ilha, onde uma melancia chega a custar R$ 60 e água potável é artigo de luxo.

ASSÉDIO NA CAPITAL DO XAXADO - Funcionária da Secretaria de Saúde de Serra Talhada, a enfermeira Poliana Oliveira acusou o secretário Luiz Aureliano de a ter constrangido perante colegas, ofendendo-a e inclusive insinuando que ela atuaria como laranja da ex-secretária Socorro Brito. A denúncia de assédio moral foi levada ao prefeito Luciano Duque (PT), de quem a enfermeira cobra uma atitude à altura do cargo que ocupa, pois Aureliano, segundo ela, chegou a dizer que “o que ele faz, prefeito nenhum desfaz”.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: até quando a ex-senadora Marina Silva vai suportar as tentativas do PSB de Eduardo Campos de abafar suas ideias?

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