Ao longo de quase 30 quilômetros
entre Olinda e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, há risco
de ataques de tubarã
O sol e o mar de água morna
convidam. Mas as placas em toda a orla advertem. Ao longo de quase 30
quilômetros entre os municípios de Olinda e Cabo de Santo Agostinho, na Região
Metropolitana do Recife, há risco de ataques de tubarão.
Foram 59 ataques nos últimos 22
anos. Eles custaram a vida de 24 pessoas. Ir à praia e ficar somente na areia
não é fácil. Muita gente entra na água. Com cuidado para não invadir a área de
perigo. Só que nem todo mundo faz isso. E alguns contestam as orientações dos
salva-vidas.
“Tem gente que resiste e a gente
tem que aconselhar. Mas já chega mais de quatro ou cinco vezes a aconselhar a
ele se retirar do local”, explica José Luiz Barbosa, salva-vidas.
Agora, a recusa do banhista a
sair do mar na área de risco pode terminar na delegacia. Com a ajuda da
polícia, o bombeiro poderá retirá-lo do mar à força. Isso está previsto em um
decreto publicado no Diário Oficial de Pernambuco. Ele prevê que, além do surf,
do body boarding, dos esportes náuticos, nadar e mergulhar nas zonas de perigo
também fica proibido. E amplia a ação dos bombeiros.
“Se o guarda-vidas insistir, a
pessoa não quiser sair, o guarda-vida solicita ao grupamento o apoio policial
para que ele possa dar prosseguimento à ocorrência”, afirma o Major Cristiano
Viega, dos Bombeiros Marítimos.
Quem frequenta Boa Viagem, a
praia mais badalada do Recife, não se incomoda com a restrição.
“Eu acho que os banhistas são
rebeldes e precisa mesmo de uma lei para que os bombeiros tirem o pessoal dali,
como também as pessoas que tão na praia. Está vendo uma pessoa atrevida, a
gente tem que ir lá e tirar”, conta Maria do Carmo Souza, enfermeira.
Faz pouco mais de um ano que
aconteceu o último ataque. A vítima foi a estudante paulista Bruna Gobbi, de 18
anos. Em julho do ano passado, ela estava de férias no Recife e tomava banho de
mar com uma prima em uma área proibida. Os bombeiros tentaram tirá-las do mar,
mas não deu tempo e Bruna morreu por causa do ferimento provocado pelo tubarão.
A presidente do Comitê Estadual
de Prevenção aos Incidentes com Tubarões vê no decreto um aliado. Mas lembra
que não dá para baixar a guarda.
“A população precisa continuar
levando em conta que os riscos existem e tem que ter um comportamento adequado
de não se expor indevidamente a situações em que esses riscos ainda são
maiores”, lembra Rosângela Lessa, presidente do CEMIT.
Do G1
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