terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nadar em áreas com risco de ataques de tubarão em Pernambuco pode dar cadeia

Ao longo de quase 30 quilômetros entre Olinda e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, há risco de ataques de tubarã

 Uma medida radical chegou às praias de Pernambuco. Quem insistir em nadar nas áreas com risco de ataques de tubarão, pode acabar na delegacia.
O sol e o mar de água morna convidam. Mas as placas em toda a orla advertem. Ao longo de quase 30 quilômetros entre os municípios de Olinda e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, há risco de ataques de tubarão.

Foram 59 ataques nos últimos 22 anos. Eles custaram a vida de 24 pessoas. Ir à praia e ficar somente na areia não é fácil. Muita gente entra na água. Com cuidado para não invadir a área de perigo. Só que nem todo mundo faz isso. E alguns contestam as orientações dos salva-vidas.
“Tem gente que resiste e a gente tem que aconselhar. Mas já chega mais de quatro ou cinco vezes a aconselhar a ele se retirar do local”, explica José Luiz Barbosa, salva-vidas.

Agora, a recusa do banhista a sair do mar na área de risco pode terminar na delegacia. Com a ajuda da polícia, o bombeiro poderá retirá-lo do mar à força. Isso está previsto em um decreto publicado no Diário Oficial de Pernambuco. Ele prevê que, além do surf, do body boarding, dos esportes náuticos, nadar e mergulhar nas zonas de perigo também fica proibido. E amplia a ação dos bombeiros.

“Se o guarda-vidas insistir, a pessoa não quiser sair, o guarda-vida solicita ao grupamento o apoio policial para que ele possa dar prosseguimento à ocorrência”, afirma o Major Cristiano Viega, dos Bombeiros Marítimos.
Quem frequenta Boa Viagem, a praia mais badalada do Recife, não se incomoda com a restrição.

“Eu acho que os banhistas são rebeldes e precisa mesmo de uma lei para que os bombeiros tirem o pessoal dali, como também as pessoas que tão na praia. Está vendo uma pessoa atrevida, a gente tem que ir lá e tirar”, conta Maria do Carmo Souza, enfermeira.

Faz pouco mais de um ano que aconteceu o último ataque. A vítima foi a estudante paulista Bruna Gobbi, de 18 anos. Em julho do ano passado, ela estava de férias no Recife e tomava banho de mar com uma prima em uma área proibida. Os bombeiros tentaram tirá-las do mar, mas não deu tempo e Bruna morreu por causa do ferimento provocado pelo tubarão.

A presidente do Comitê Estadual de Prevenção aos Incidentes com Tubarões vê no decreto um aliado. Mas lembra que não dá para baixar a guarda.
“A população precisa continuar levando em conta que os riscos existem e tem que ter um comportamento adequado de não se expor indevidamente a situações em que esses riscos ainda são maiores”, lembra Rosângela Lessa, presidente do CEMIT.


Do G1

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