Num jogo em que misturou na dose
certa aplicação tática, técnica e eficiência o Santa Cruz venceu o Ceará por
2×0 na noite desta sexta-feira (24), na Arena Castelão, em Fortaleza e deu um passo
gigante rumo à briga pelo G4 da Série B. Os três pontos alçaram os corais para
o sétimo lugar com 48 pontos, quatro abaixo do Avaí, o quarto colocado. O Ceará
ainda é o quinto, com 50.
Empatar seria ruim para o Ceará,
em franca decadência; e péssimo para o Santa, em ascensão mas ainda a certa
distância do G4. Por isso, os dois times esqueceram essa possibilidade e
partiram para cima um do outro com tudo que tinham direito. Melhor para o time
mais bem organizado, o visitante. Aos quatro minutos, o tricolor já tivera dois
escanteios, sendo que o segundo não resultou em gol por um triz. Luís Carlos
tirou de soco mas Tony cabeceou raspando a trave direita.
O Ceará tentava dar o troco, mas
esbarrava na boa marcação coral. E quando era o time pernambucano a atacar, os
cearenses não conseguiam acompanhar a velocidade de Wescley, Danilo Pires e
Keno. Atrás no placar e com o adversário jogando bem na defesa e no ataque
duplicou o nervosismo do Ceará. Bolas fáceis eram perdidas e ao invés de
trabalhar o jogo mais curto, o time da casa optou pelas bolas longas e
cruzamentos. A defesa tricolor agradeceu.
O Santa só veio tomar pressão na
reta final da etapa, principalmente depois que Tony foi expulso, aos 38
minutos. O autor do gol coral foi excluído por uma falta em Magno Alves, que
lhe valeu o segundo cartão amarelo – o primeiro veio por retardar o reinício do
jogo. Mas quando a defesa não conseguiu desmontar, havia Tiago Cardoso entre as
três traves.
Na volta para o segundo tempo, o
volante Bileu saiu do meio para ocupar a lateral direita, órfã com a saída
prematura de Tony. Mais por nervosismo, cada um dentro de seu contexto do que
falta de técnica, os dois times competiram quem errava mais passes. O Ceará
porque corria contra o relógio para reagir com pelo menos um gol e o Santa para
suprir a inferioridade de um jogador.
Desse jeito ficou pior para o
time pernambucano, que ficava com menos gente no campo ofensivo. Quando a bola
ia, voltava rápido demais e a pressão aumentava a cada minuto. Mas, embora
tenha ficado entrincheirado em seu campo é preciso ressaltar como o Santa Cruz
o fez: sem deixar o adversário finalizar dentro de sua área. A pressão era
territorial, sem descambar para o bombardeio ao gol.
Curiosamente, logo depois de ter
João Marcos expulso por falta em Keno, o Ceará criou sua melhor chance e Bill
não fez por uma fração de segundo. Já o Santa, quando teve sua chance não
desperdiçou. Aos 41 Adílson, que entrara apenas três minutos antes chutou firme
no canto direito para sacramentar a vitória.
Aparecido apareceu
O árbitro Marcelo Aparecido de
Souza, de São Paulo, apareceu como nenhum árbitro deve: errando. No primeiro
cartão amarelo a Tony, o jogador do Santa não bateu o escanteio porque um
jogador do Ceará não respeitou a distância regulamentar. No segundo, acusou o
tricolor de ter puxado Magno Alves, algo que só ele viu. Também atrapalhou uma
boa trama do Ceará ao atravessar na frente da bola.
O Ousado
Podem falar qualquer coisa sobre
Oliveira Canindé, menos que ele tem medo de ganhar. O técnico do Santa Cruz não
quis saber de Castelão, Magno Alves e melhor ataque da Série B. O time foi para
cima, explorou a desmantelada defesa cearense e foi recompensado. Mesmo com
pouco menos de um tempo, conseguiu fazer a dupla infernal Tony/Danilo Pires
fazer o que bem quis. E ainda teve estrela ao acionar Adílson no fim do jogo,
que apenas com três minutos em campo, marcou o segundo gol.
O Milagreiro
Não foi a primeira e
provavelmente não será a última vez que Tiago Cardoso fez milagre. Quando Tony
foi expulso e os cearenses foram para cima, o camisa 1 apareceu com pelo menos
duas grandes defesas que permitiram ao time pernambucano terminar o primeiro
tempo em vantagem. A primeira, aos 37, foi daquelas que os mais antigos diziam
“de pagar ingresso”. No segundo tempo, com a pressão do Ceará, ele foi
impecável.
O Xerife
O zagueiro Alemão definitivamente
deu a segurança que faltava ao sistema defensivo coral. Dividiu com força,
antecipou-se com precisão e quando foi preciso deu chutão e rebateu sem
vergonha de ser feliz. Como se fosse pouco, só não marcou um gol porque a
defesa cearense impediu a festa a poucos centímetros da linha fatal.
Ficha do jogo:
Ceará: Luis Carlos; Samuel
Xavier, Diego Ivo, Anderson e Elder (Marcos); João Marcos, Ricardinho, Eduardo
(Lulinha) e Nikão (Alex Lima); Bill e Magno Alves. Técnico: PC Gusmão.
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Tony,
Alemão, Renan Fonseca e Tiago Costa; Sandro Manoel, Bileu, Danilo Pires e
Wescley (Alberto); Leo Gamalho (Cassiano) e Keno (Adílson). Técnico: Oliveira
Canindé.
Local: Castelão, em Fortaleza
(CE). Árbitro: Marcelo Aparecido R de Souza (SP). Assistentes: Danilo Ricardo
Simon Manis (SP) e Lincoln Ribeiro Taques (MT). Gol: Tony, aos 11 do primeiro
tempo. Adílson, aos 41 do segundo. Cartões amarelos: Ricardinho, Alex Lima e
Bileu. Expulsões: Tony e João Marcos.
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