ESCÂNDALO RETARDA MINISTÉRIO - Uma semana sem produzir esta coluna,
devido ao agendão cumprido nos chamados santuários eleitorais do Bolsa Família
no Nordeste, retomo, hoje, em meio a um cenário nacional complexo e
preocupante, agudizado por um escândalo na Petrobras com uma extensão maior do
que se imaginava.
A sétima fase da Operação Lava
Jato, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, em cima dos
desvios de recursos em contratos da Petrobras, afeta, inclusive, a escolha dos
novos ministros de Dilma Rousseff. Pressionada desde a reeleição para divulgar
os nomes, a presidente deve aguardar os desdobramentos das investigações para
evitar a indicação de políticos envolvidos no escândalo.
Para escolher nomes com fichas
limpas vai ser uma dureza, até porque o esquema é tão amplo que parece que não
vai escapar ninguém. Neste momento, a presidente se tentar antecipar sua
equipe, arrisca a nomear alguém que, depois, vai descobrir ser investigado e/ou
preso por conta do escândalo.
Até o momento, o Superior
Tribunal Federal (STF) não divulgou os nomes dos políticos com foro
privilegiado que são citados nos depoimentos, mantidos em sigilo, dos 23
executivos de grandes empreiteiras detidos na Lava Jato.
Estima-se que ao menos 70 nomes –
entre deputados federais, senadores, governadores e ex-detentores de cargos
públicos – tenham sido mencionados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, pelo doleiro Alberto Yousseff e pelos executivos presos em Curitiba
desde sábado.
A montagem de um novo Ministério
não é fácil para nenhum presidente. Neste momento, para Dilma, é mais
complicado. Até agora, são desconhecidos os desdobramentos da Operação Lava
Jato e o impacto sobre o campo político. Ao que tudo indica, estamos diante de
um esquema de corrupção que deixará o mensalão como ação de principiante.
BURACO – Enquanto as grandes construtoras estão sendo flagradas com
o pé no crime, as pequenas e médias empreiteiras estão à beira de um buraco.
Elas temem encerrar o ano sem receber do governo federal. O caso mais delicado
é o das empresas de construção civil que pegaram obras do Minha Casa, Minha
Vida, relata de Brasília o companheiro Ilimar Franco.
BYE-BYE BRASÍLIA – Com 10 mandatos consecutivos, tendo já ocupado
todos os cargos de direção na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, inclusive
a Presidência da Casa e a Vice-Presidência da República interinamente, o
deputado Inocêncio Oliveira fez, ontem, com uma carga elevada de emoção, as
suas despedidas do Congresso.
PARALISAÇÃO 1 – O secretário estadual de Infraestrutura, João
Bosco, confirma a paralisação de um leque de obras da sua pasta, inclusive
estradas que vinham em ritmo mais avançado, mas garante que a partir de janeiro
serão retomadas. “Isso se dá em função do fechamento de contas de uma gestão, o
que é normal”, garante.
PARALISAÇÃO 2 – Bosco ressalta, entretanto, que o Estado não tem
histórico de obras inacabadas e que os recursos da sua grande maioria estão
assegurados e não dependem da União, mas do tesouro estadual. “Todas as obras
serão retomadas”, afirmou.
O TIME DE DILMA – A presidente Dilma já escalou o time que vai
orientá-la para enfrentar a crise provocada pelo escândalo da Petrobras. Ele é
integrado pelos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), na foto, e José
Eduardo Cardozo (Justiça), e pelo governador Jaques Wagner (BA), futuro
ministro. Os partidos aliados não têm representante no “dream team”.
CURTAS
EMENDAS 1 – O governador eleito Paulo Câmara (PSB) pediu empenho a
bancada federal para conseguir recursos da União por meio de emendas parlamentares
ao longo da sua gestão. Durante encontro em Brasília, apresentou sugestões para
seis emendas parlamentares consideradas por ele como estratégicas.
EMENDAS 2– Entre as emendas prioritárias apresentadas à bancada
estão a duplicação de rodovias, construção de hospitais e a implantação de uma
barragem na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os projetos pleiteados chegam
a R$ 1,6 bilhão.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: O que Lula e Dilma conversaram tanto para uma
reunião durar 10 horas?
'A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que o envergonha é
como podridão nos seus ossos'. (Provérbios 12-4)
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