terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna da terça-feira

ENTRE O VETO E O LAVA-JATO - O senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB) passou recibo, ontem, ao reclamar formalmente e de público por não ter sido ouvido na composição do secretariado do governador eleito Paulo Câmara. Ele alimentava expectativas de indicar o titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, que ocupou na gestão de Eduardo.

Câmara, segundo Fernando relata na nota que distribuiu com a Imprensa, chegou a conversar com ele e pedir a sugestão de um nome, mas não cumpriu a outra parte: que o chamaria para o desfecho, que não ocorreu. Fernando tomou conhecimento da equipe pela Imprensa.

O que houve de fato para Câmara iniciar a sua gestão atritado com o senador que elegeu? Certamente, algo além de intrigas, porque não é comum um senador da República ser ignorado na composição de uma equipe ainda estando com os votos fervendo nas urnas!

Tão logo foi eleito, Fernando teve seu nome citado numa suposta doação de campanha feita doleiro Alberto Youssef, principal pivô do maior esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Isso pode ter levado o governador a ficar cauteloso, temendo o escândalo a respingar em sua gestão.

Tenha sido este ou não este o fator decisivo, na verdade, ao alijar o senador eleito do seu governo, Câmara pode ter dado o pretexto para vê-lo mais breve do que esperava no campo da oposição. Aliados do governador espalhavam ontem a versão de que Fernando estaria se reaproximando de Dilma.

A rifada em Fernando provoca, também, uma crise latente na Frente Popular, com reflexos inicialmente nas eleições municipais, daqui a dos anos, e mais adiante em 2018, na reeleição de Paulo Câmara. Mal saiu de uma eleição, Fernando passou a gerar desconfianças de que deseja disputar o Estado no momento em que começou a se movimentar pelo Interior.

UNIÃO – Independente da qualificação técnica ou dos arranjos, a cara do secretariado do governador eleito Paulo Câmara (PSB) reedita a velha União por Pernambuco, aliança montada para eleger o então governador Jarbas Vasconcelos. Na verdade, só faltou o representante do DEM. Mas figuras carimbadas que serviram ao DEM, como André de Paula, macielista de carteirinha, foram ressuscitadas. E igualmente prestigiadas.

VIRA E MEXE – Nunca um governador mudou tanto na escolha de uma equipe. Só para o Desenvolvimento Social foram três escolhas. Pela ordem, Waldemar Borges, Aluízio e Lessa e, por fim, Isaltino Nascimento. Na Procuradoria, primeiro escolheu Roberto Cavalcanti e depois Antônio Caúlla.

BATE CHAPA – O governador eleito foi orientado a preservar Waldemar Borges depois de ser informado que a OAB dará um parecer pela inconstitucionalidade de mais uma reeleição para o presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT). Mesmo que não retire seu nome, Uchoa será obrigado a bater chapa com Waldemar.

O MUNDO GIRA!  – Era visivel o riso falso, entre a felicidade geral do secretariado anunciado, ontem, de Renato Thiebaut, que sai da condição de ex-todo poderoso na gestão de Eduardo para um mero garoto de recados na era Câmara. A política é uma verdadeira montanha russa!

NEM UM PIO – Embora tenha agradecido em seu discurso de anúncio do secretariado a forma como João Lyra conduziu a transição, o governador eleito Paulo Câmara em nenhum momento ouviu o atual governador sobre secretariado. E, ao contrário das gestões de Jarbas e Eduardo, deixou Caruaru fora do primeiro escalão.


CURTAS

PODER – A concentração de poder na gestão de Paulo Câmara será de um lado pelo grupo de Antônio Figueira, que emplacou seu amigo Thiago Norões em Desenvolvimento Econômico, e por outro na “República de Surubim”, capitaneada por Danilo Cabral.

SEM BOQUINHA – A deputada não reeleita Terezinha Nunes fez um esforço descomunal para emplacar uma secretaria na gestão de Paulo Câmara, mesmo estando comprometida com a eleição do deputado Daniel Coelho para prefeito do Recife, em 2016.

PERGUNTAR NÃO OFENDE: Raul Jungmann vai renunciar ao mandato de vereador para assumir o mandato de federal?

'Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer'. (Provérbios 21-1)

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