Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem |
Eden
Vespaziano será o nosso secretário.
O secretário
estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, convocou uma entrevista
coletiva, na tarde dessa quarta-feira, para anunciar à imprensa o nome do novo
secretário de Ressocialização de Pernambuco: o coronel da PM Eden Vespaziano. O
oficial aposentado irá substituir Humberto Inojosa, que renunciou ao cargo em
uma carta escrita na noite de terça-feira e entregue a Eurico na manhã de hoje.
Além de
oficializar o nome do novo secretário de Ressocialização, Pedro Eurico anunciou
também um pacote de medidas para tentar conter a crise perene que corrói o
sistema prisional do Estado. A promessa mais ousada é acabar com a circulação
de armas brancas e celulares nas unidades prisionais, feita três dias depois da
Globo divulgar flagrantes registrados no Complexo do Curado, no Recife. A
denúncia ganhou espaço nos telejornais da emissora, entre eles o Jornal
Nacional, de maior audiência no País.
Eden
Vespaziano terá o desafio de gerenciar, de forma direta, o sistema prisional do
Estado, proporcionalmente o mais superlotado do Brasil e com déficit de agentes
penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Hoje,
existem cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil deles. Metade dos presos
em Pernambuco são “provisórios”, como são chamados aqueles que ainda aguardam
julgamento.
No dia 1º de
outubro de 2014, Humberto Inojosa aceitou o convite do ex-governador João Lyra
Neto para assumir a gerência do sistema prisional tendo diante de si os mesmos
desafios e dificuldades que agora recaem sobre Vespaziano.
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem |
Juiz de
direito recém-aposentado, Inojosa substituiu na Seres o coronel da PM Romero
Ribeiro, exonerado no mesmo dia em que o JC publicou a denúncia de que uma
detenta monitorada por tornozeleira eletrônica descumprira as regras da prisão
domiciliar para participar da campanha a vereadora de Olinda da esposa de Ribeiro.
Em apenas
quatro meses e uma semana no cargo, Inojosa enfrentou uma sucessão de
problemas. Na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, 12 homens
considerados perigosos escaparam por um túnel de cerca de dez metros de
extensão. O buraco foi cavado a poucos metros de uma guarita de segurança e da
escada que dá acesso à muralha aos policiais. Inojosa disse estar convencido de
que houve “conivência ou omissão”
No Complexo do
Curado, detentos assassinaram dois presos, uma rebelião foi deflagrada na noite
de Natal e por pouco homens não conseguem fugir por um túnel. Há três dias, a
Globo divulgou imagens de presos circulando com facões e celulares, sem serem
importunados, no complexo, a maior unidade do Estado. Por causa do peso do
flagrante, a denúncia ganhou destaque nacional no jornalismo da emissora. Nesta
quarta, o Batalhão de Choque foi ao local e fez uma varredura, encontrando
várias armas e celulares.
JC Online
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