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Em
entrevista ao Jornal "O Globo" de ontem, o senador petista pelo Rio
de Janeiro, Lindbergh Farias voltou a criticar a oposição por estar, segundo
ele, “flertando com posição claramente golpista, falando de impeachment de uma
presidente recém-eleita”.
Acontece
que o mesmo senador que hoje, aos 45 anos, repudia o instituto do impeachment,
a ponto de classificá-lo como “golpismo” é o mesmo que, aos 22 anos, foi às
ruas exigir o impeachment de Fernando Collor de Melo.
Na
época, o presidente do Brasil sofria fortes críticas por seu pacote de medidas
impopulares e acabou envolvido em denúncias de corrupção e enriquecimento
ilícito.
Em
1992, o hoje senador Lindberg Farias era um líder estudantil em João Pessoa, e,
graças à sua atuação política, tornou-se presidente da UNE.
Foi
uma das principais lideranças do movimento "Fora Collor", encampado
por jovens, que depois ficaram conhecidos como “caras-pintadas”, pelo fato de
colorirem o rosto de verde e amarelo, em referência à bandeira do Brasil.
No
início da década de 90, o país fervilhava com as denúncias de corrupção no
Planalto. E o movimento "Fora Collor" ganhou a adesão de setores
importantes da sociedade como a Ordem dos Advogados do Brasil e de partidos
políticos de esquerda como o PT.
Depois
do impeachment, Collor desceu a rampa do Planalto vencido, caiu em desgraça e
saiu da cena política por um tempo.
Lindbergh,
ao contrário, depois do bem sucedido movimento estudantil, e do triunfo contra
o presidente afastado, foi eleito e reeleito deputado, prefeito e agora
senador.
Enquanto
pedra, Lindberg defendeu o impeachment de Fernando Collor. Agora que seu
partido é a vidraça, o senador rechaça qualquer debate sobre um novo
impeachment.
Ao
contrário do que defendem, agora, os petistas, impeachment não é golpe. É um
instrumento legal, previsto na Constituição Brasileira, regulado pela lei
federal 1.079 /50. A legislação do nosso país permite, sim, a cassação de
mandatos de chefes de Estado pelo Congresso.
O
impeachment é possível quando há suspeitas e indícios de prática de crime de
responsabilidade, abuso de poder, desrespeito à Constituição.
E
são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem
contra a Constituição Federal, contra a probidade na administração pública; a
lei orçamentária; e contra a guarda e o emprego legal dos dinheiros públicos.
Isso
é o que diz a lei. O resto é achismo!
Blog da RACHEL
SHEHERAZADE
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