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Levantamento terá como meta
identificar pontos de vazamentos e possíveis furtos
O levantamento das 87 principais
barragens do Estado é uma das apostas do Governo para corrigir as falhas de
aproveitamento de água e possíveis furtos que comprometem o abastecimento dos
municípios. O estudo, encomendado pela Agência Pernambucana de Águas e Climas
(Apac), deve ficar pronto até o fim do ano e pretende passar um pente fino em
toda a rede hídrica, identificando pontos críticos nas tubulações, além da
necessidade de novas barragens.
A promessa inclui cerca de mil
novas estruturas de captação, além da perfuração de 800 poços artesianos. Um
montante na ordem de R$ 800 milhões é o orçamento da Compesa para 2015, na
tentativa de reduzir os impactos da falta de chuvas, que já atinge severamente
126 cidades, estando 53 delas em situação de emergência.
“A otimização da rede pode mudar
a realidade de mais um milhão de pessoas que ainda vem sofrendo nessas
localidades. Há uma grande perda entre os reservatórios e o seu destino final,
privando a distribuição da água para consumo humano e animal, assim como
utilizada para irrigações”, explicou o presidente da Apac, Marcelo Asfora.
O assunto veio novamente à tona,
na última segunda-feira (16), durante a realização de audiência pública na
Assembleia Legislativa, contando com representantes do poder executivo,
sindicatos e movimentos sociais. “Ainda encontramos municípios desabastecidos,
mesmo se encontrando bem ao lado dos principais reservatórios”, criticou
Asfora, em referência a parte dos 15 municípios abastecidos pela barragem de
Jucazinho, em Surubim, no Agreste. A estiagem também tem representado um vilão
para a vegetação, aumentando o número de queimadas.
Recursos
Como resultado do encontro, um
relatório será encaminhado ao Ministério da Integração Nacional, pedindo a
aceleração dos repasses federais para as obras hídricas em atraso. As cidades do
Agreste e do Sertão figuram entre os quadros mais graves, algumas já
enfrentando longos períodos de estiagem pela quarta vez consecutiva. De acordo
como presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Alepe,
Miguel Coelho, uma comissão iniciará, a partir do próximo dia 27, uma série de
visitas às doze mesorregiões pernambucanas. “É preciso conhecer os problemas de
perto, ouvindo os relatos do homem do campo que, com suas experiências, acabam
criando as próprias alternativas para vencer a crise”, avaliou o parlamentar.
Obras
A interrupção de obras como a
barragem de Serro Azul, em Palmares, assim como as adutoras do Agreste e do
Pajeú, também foram apontadas pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares. Dos
174 municípios operados pela companhia, 116 foram listados em condição de
alerta. “Para algumas intervenções tivemos liberado menos de 5% dos recursos
disponibilizados pelo Governo Federal, nos deixando de braços cruzados”,
revelou. Segundo o gestor, a liberação de verbas para o novo quadro de crise
nos estados do Sul deste, a exemplo de São Paulo, tem superado a realidade
local “Falta isonomia.
O Nordeste j lida com isso há décadas acaba deixado para
trás”, acrescentou. O cenário foi reforçado pelo presidente da Associação
Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota. “Falta uma política
integrada dividindo os papeis entre a união, estados e municípios. O que vemos
hoje são paliativos.”
Folha de Pernambuco
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