terça-feira, 17 de março de 2015

87 barragens serão vistoriadas pela Apac

Imagem Ilustrativa da Internet
Levantamento terá como meta identificar pontos de vazamentos e possíveis furtos

O levantamento das 87 principais barragens do Estado é uma das apostas do Governo para corrigir as falhas de aproveitamento de água e possíveis furtos que comprometem o abastecimento dos municípios. O estudo, encomendado pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), deve ficar pronto até o fim do ano e pretende passar um pente fino em toda a rede hídrica, identificando pontos críticos nas tubulações, além da necessidade de novas barragens.

A promessa inclui cerca de mil novas estruturas de captação, além da perfuração de 800 poços artesianos. Um montante na ordem de R$ 800 milhões é o orçamento da Compesa para 2015, na tentativa de reduzir os impactos da falta de chuvas, que já atinge severamente 126 cidades, estando 53 delas em situação de emergência.

“A otimização da rede pode mudar a realidade de mais um milhão de pessoas que ainda vem sofrendo nessas localidades. Há uma grande perda entre os reservatórios e o seu destino final, privando a distribuição da água para consumo humano e animal, assim como utilizada para irrigações”, explicou o presidente da Apac, Marcelo Asfora.

O assunto veio novamente à tona, na última segunda-feira (16), durante a realização de audiência pública na Assembleia Legislativa, contando com representantes do poder executivo, sindicatos e movimentos sociais. “Ainda encontramos municípios desabastecidos, mesmo se encontrando bem ao lado dos principais reservatórios”, criticou Asfora, em referência a parte dos 15 municípios abastecidos pela barragem de Jucazinho, em Surubim, no Agreste. A estiagem também tem representado um vilão para a vegetação, aumentando o número de queimadas.

Recursos
Como resultado do encontro, um relatório será encaminhado ao Ministério da Integração Nacional, pedindo a aceleração dos repasses federais para as obras hídricas em atraso. As cidades do Agreste e do Sertão figuram entre os quadros mais graves, algumas já enfrentando longos períodos de estiagem pela quarta vez consecutiva. De acordo como presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Alepe, Miguel Coelho, uma comissão iniciará, a partir do próximo dia 27, uma série de visitas às doze mesorregiões pernambucanas. “É preciso conhecer os problemas de perto, ouvindo os relatos do homem do campo que, com suas experiências, acabam criando as próprias alternativas para vencer a crise”, avaliou o parlamentar.

Obras
A interrupção de obras como a barragem de Serro Azul, em Palmares, assim como as adutoras do Agreste e do Pajeú, também foram apontadas pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares. Dos 174 municípios operados pela companhia, 116 foram listados em condição de alerta. “Para algumas intervenções tivemos liberado menos de 5% dos recursos disponibilizados pelo Governo Federal, nos deixando de braços cruzados”, revelou. Segundo o gestor, a liberação de verbas para o novo quadro de crise nos estados do Sul deste, a exemplo de São Paulo, tem superado a realidade local “Falta isonomia. 

O Nordeste j lida com isso há décadas acaba deixado para trás”, acrescentou. O cenário foi reforçado pelo presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota. “Falta uma política integrada dividindo os papeis entre a união, estados e municípios. O que vemos hoje são paliativos.”

Folha de Pernambuco

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