segunda-feira, 30 de março de 2015

Não imunizar os filhos contribui para o aumento do risco de doenças

Alguns grupos antivacina advogam que os processos de imunização podem resultar em doenças como o autismo e a esclerose múltipla

O temor dos efeitos adversos da vacinação faz com que muitos pais não imunizem os filhos contra doenças, aumentando, assim, o risco de maior circulação de vírus responsáveis por milhares de mortes. 

Especialistas alertam que os mitos em torno da questão prejudicam a cobertura vacinal e, consequentemente, a imunidade coletiva. “Advogar contra as vacinas é um desserviço à comunidade. Uma ação anticidadã que coloca em risco as pessoas e o bem-estar da coletividade”, alerta Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

A redução na cobertura vacinal resultou em surtos de sarampo recentes no país. Desde 2013, foram registrados 971 casos em nove estados brasileiros, mas o vírus não circulava no país havia 11 anos. “A meta de erradicação foi atingida em 2002. Não podemos falar em erradicação porque o vírus circulava em outro países, mas não tínhamos mais casos”, diz Marilene Lucinda, especialista em vacinas do Grupo Hermes Pardini. Segundo ela, de tempos em tempos, surgem mitos que desencorajam as pessoas a se vacinar. Kfouri lembra que o surto em Pernambuco foi controlado no ano passado, mas ainda há o problema no Ceará.

Alguns grupos antivacina advogam que os processos de imunização podem resultar em doenças como o autismo e a esclerose múltipla. Foi o que ocorreu, na década de 1980, quando um médico inglês divulgou a informação de que a vacina contra o sarampo causava o autismo. “O profissional já foi até banido da medicina, mas muita gente acreditou nessa informação, embora não haja qualquer comprovação científica”, pontuou Marilene.

Correio Braziliense

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