Alguns grupos antivacina advogam
que os processos de imunização podem resultar em doenças como o autismo e a
esclerose múltipla
O temor dos efeitos adversos da
vacinação faz com que muitos pais não imunizem os filhos contra doenças,
aumentando, assim, o risco de maior circulação de vírus responsáveis por
milhares de mortes.
Especialistas alertam que os mitos em torno da questão
prejudicam a cobertura vacinal e, consequentemente, a imunidade coletiva.
“Advogar contra as vacinas é um desserviço à comunidade. Uma ação anticidadã
que coloca em risco as pessoas e o bem-estar da coletividade”, alerta Renato
Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A redução na cobertura vacinal
resultou em surtos de sarampo recentes no país. Desde 2013, foram registrados
971 casos em nove estados brasileiros, mas o vírus não circulava no país havia
11 anos. “A meta de erradicação foi atingida em 2002. Não podemos falar em
erradicação porque o vírus circulava em outro países, mas não tínhamos mais
casos”, diz Marilene Lucinda, especialista em vacinas do Grupo Hermes Pardini.
Segundo ela, de tempos em tempos, surgem mitos que desencorajam as pessoas a se
vacinar. Kfouri lembra que o surto em Pernambuco foi controlado no ano passado,
mas ainda há o problema no Ceará.
Alguns grupos antivacina advogam
que os processos de imunização podem resultar em doenças como o autismo e a
esclerose múltipla. Foi o que ocorreu, na década de 1980, quando um médico
inglês divulgou a informação de que a vacina contra o sarampo causava o
autismo. “O profissional já foi até banido da medicina, mas muita gente
acreditou nessa informação, embora não haja qualquer comprovação científica”,
pontuou Marilene.
Correio Braziliense
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