segunda-feira, 23 de março de 2015

Prefeitos afastados bancarão eleições em Pernambuco

Ex-gestores de Primavera e Aliança, na Zona da Mata, deverão ressarcir o Tesouro Nacional com os custos das eleições suplementares realizadas após seus afastamentos dos cargos. Responsável pela cobrança, após demanda do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Advocacia Geral da União (AGU) justifica que, se os novos pleitos ocorreram por irregularidades deles, nada mais justo que arquem com as despesas

Em Primavera, o ex-prefeito Pão com Ovo (Rômulo, PRTB) foi cassado e deve pagar cerca de R$ 23,2 mil pela nova disputa eleitoral realizada em agosto do ano passado. Nas urnas, houve troca de gestão, porém, dentro da mesma família. A mãe de Rômulo, Severina Moura (PRTB), conhecida por Naza Pão com Ovo, foi eleita.

No caso de Aliança, a cobrança de R$ 14,4 mil ocorre por conta da eleição suplementar ocorrida em 2007. O novo pleito foi marcado após a cassação do prefeito Carlos Freitas - morto em 2013 -, do vice, Pedro Cavalcanti - morto em 2007-, e da presidente da Câmara, Ana Maria Freitas (PSDB), por compra de voto e abuso do poder econômico na eleição de 2004. Diante dos falecimentos do ex-prefeito e do ex-vice, seus herdeiros deverão responder pela dívida, “até o limite da herança transmitida”, informa a AGU.

Ficha limpa

Em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do São Francisco, a cobrança - de valor indefinido - deve ser destinada a Jetro Gomes (PSB), que venceu a eleição de 2012, mas foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa pelo TRE. De acordo com o Departamento de Patrimônio e Probidade da AGU, caso o pagamento não seja efetuado, após a sentença definitiva, o devedor pode ser protestado e incluído no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal.

Em outras duas cidades, os prefeitos foram afastados, mas conseguiram retomar os cargos por meio de liminares do TRE e TSE. De acordo com a AGU, ainda não há definição quanto ao ressarcimento. Em Água Preta, no Agreste, Armando Souto (PDT) venceu a eleição em 2012. O TSE impugnou a candidatura dele por ter constatado problemas na convenção partidária. Eduardo Coutinho (PSB) foi empossado, mas, após recurso, o TSE determinou a realização de outra disputa entre Souto e Coutinho, que culminou em nova vitória do pedetista.

Diario de Pernambuco

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