segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

HISTÓRIA: AS MARCHINHAS DE GETÚLIO VARGAS E JÂNIO QUADROS

Do jconline (com imagens do dedalus-atlas.blogspot.com)

Getúlio Vargas foi o político que mais inspirou marchinhas carnavalescas. Boa parte dos grandes autores deste gênero musical usaram o ditador, depois presidente eleito, como tema. A mais bem-sucedida foi Retrato do Velho, dos especialistas Haroldo Lobo e Marino Pinto:


"Bota o retrato do velho,
Bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho
Faz a gente trabalhar”.
Todo o seu governo é documentado em sambas e marchinhas, e até a sua morte teve direito a um samba-enredo, o da Mangueira, em 1956, O grande presidente, de Pandeirinho.








Outro presidente que ganhou muitas marchinhas foi Jânio Quadros, seu jingle de campanha, por sinal foi sucesso nacional:
 “Varre, varre vassourinha
Varre, varre a bandalheira”.

As marchinhas (os frevos-canção bem menos) foram crônica de sua época. Registram políticos corruptos:
“Quem não conhece
Quem não ouviu falar
Na famosa Caixinha do Ademar
Que deu livro, deu remédio, deu estrada
Caixinha abençoada
Já se comenta de norte a sul
Com Ademar tá tudo azul”.

O Ademar, naturalmente, é o de Barros, governador de São Paulo, candidato a Presidência, do infame slogan: “Rouba mais faz”.

Marchinhas também registravam fatos políticos que poderiam ser a má administração pública, a exemplo da marchinha Vagalume (Victor Simon e Fernando Martins), dos versos que acabaram de domínio público:
“Rio de janeiro, cidade que nos seduz
De dia falta água, de noite falta luz”.

Poderiam ser também fenômenos eleitorais, casos do rinoceronte Cacareco fartamente votado pelo paulistano, em 1960, ou o Bode Cheiroso, muito popular no Jaboatão Velho, que virou voto de protesto do jaboatonense, e que recebeu composição de Elias Lourenço, gravado por Luis Wanderley.

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