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Apesar do
baixo orçamento, Zé Teodoro conseguiu garimpar atletas como Dênis Marques e
pode contar ainda com um elenco mais diversificado. Baixo orçamento, pouco
tempo para formular o elenco e adversários muito mais capitalizados. À primeira
vista, esse panorama poderia ser o suficiente para aniquilar as chances de
qualquer clube de futebol conquistar um título. No entanto, quando a equipe em
questão atende pelo nome de Santa Cruz, as adversidades parecem perder as
forças. Pelo segundo ano consecutivo, os “Guerreiros do Arruda” bateram seu
principal rival, o Sport, na final do Campeonato Pernambucano, e sagraram-se
bicampeões estadual.
1 – Zé Teodoro, o “garimpeiro”
O ano
mudou, mas o panorama seguiu o mesmo. Apesar do acesso para a Série C, o Santa
Cruz continuou sem ter um bom orçamento para contratar jogadores e via seus
rivais aumentarem suas receitas com o acesso à Série A. Pelo segundo ano
consecutivo, a tática da diretoria foi dar plenos poderes ao técnico Zé
Teodoro, para que ele não só fizesse uma lista de reforços, como fosse o
principal articulador das negociações.
E foi
usando todo o conhecimento de mercado que o treinador, ao lado do auxiliar
técnico Sandro Barbosa, conseguiu encontrar bons jogadores que estavam
“esquecidos”. Foi assim que o Tricolor contratou peças importantíssimas como
Luciano Henrique, que encontrou no Arruda a tranquilidade necessária para
recuperar o seu futebol e, principalmente, Dênis Marques, que após passar um
ano e meio longe dos gramados já era dado como ex-atleta. Mas foi convencido a
defender o Santa Cruz e acabou se transformando no principal atacante do clube
e o artilheiro da competição com 15 gols.
2 – Muito mais que um técnico
Apesar de
não ter a idolatria de outrora, Zé Teodoro continua sendo uma das principais
peças da “engrenagem” tricolor. Com um vasto conhecimento do clube, o treinador
conseguiu segurar a crise após a eliminação do Santa Cruz da Copa do Brasil,
frente ao Penarol–AM e soube transformar a frustração dos jogadores em
combustível para o restante do Campeonato Pernambucano. Com a liderança de um
comandante, o técnico blindou seus jogadores das críticas da torcida, controlou
um elenco que possuía atletas com temperamentos difíceis é soube dar confiança
a jogadores mais jovens.
3 – Manutenção de boa parte do elenco
Apesar do pouco recurso, a diretoria tricolor
trabalhou firme e conseguiu manter boa parte do elenco, mesmo com o assédio de
clubes mais afortunados. Nessa linha, o goleiro Tiago Cardoso, os volantes
Everton Sena e Memo, o lateral-esquerdo Renatinho,o zagueiro Leandro Souza e o
meio-campo Weslley foram mantidos. Os atletas
até tiveram propostas para deixar o Santa Cruz, mas os dirigentes conseguiram
manter a espinha dorsal da equipe que conquistou o Campeonato Pernambucano de
2011 e levou o clube para a Série C do Brasileiro.
4 – A torcida mais apaixonada do Brasil
Não importa
o jogo, o adversário e tão pouco o placar. A torcida do Santa Cruz sempre
“encurrala” os adversários que atuam no Arruda. Com uma fidelidade canina, os
tricolores lotaram o estádio e empurraram o clube para a conquista de mais um
título.
Até mesmo em momentos turbulentos, os
tricolores não deixaram o “Mais Querido” de lado. Situação que também serviu
para aliviar o orçamento, uma vez que a diretoria podia contar com as rendas
para bancar os salários do elenco.
5 - Sandro Barbosa, o tranquilizador
Em boa
parte dos clubes, a figura do auxiliar técnico é praticamente invisível. Apesar
de estarem sempre ao lado dos treinadores, são raras as vezes que eles são
tidos como peças fundamentais. Mas para conquistar o segundo Campeonato
Pernambucano consecutivo, o Tricolor teve que contar com a leveza e a
serenidade de Sandro Barbosa. Diferentemente de Zé Teodoro que, às vezes,
abusava no rigor, o auxiliar técnico era o ponto de equilíbrio entre a comissão
técnica e o elenco. A cada declaração mais forte por parte do treinador ou dos
atletas, Sandro era acionado para recolocar a paz no ambiente.
O estilo
conciliador de Sandro Barbosa garantiu ao treinador e aos jogadores a paz
necessária para o desenvolvimento do trabalho da comissão técnica. Evitando a
criação das famosas “panelinhas” no grupo.
6 – Base de sustentação
Mesmo não
tendo muitos investimentos nas categorias de base, o Santa Cruz conseguiu uma
ótima safra de jogadores. Assim como em 2011, a diretoria manteve o apoio aos
“pratas da casa”, como Everton Sena, Renatinho, Natan e Memo, que mantiveram a
qualidade no elenco sem onerar a folha de pagamento.
De todos,
apenas o zagueiro Everton Sena não foi titular. Entretanto, sempre era acionado
quando Zé Teodoro pensava num atleta para fazer a marcação individual. Os
demais, Renatinho, Memo e Natan são considerados unanimidade no elenco coral.
7 – Elenco multifuncional
Diferentemente
de 2011, quando todos sabiam a forma como o Santa Cruz jogaria, pois Zé Teodoro
não dispunha de muitas peças de reposição. Neste ano, o treinador tinha um
vasto leque de opções para montar seu time, o que facilitava na hora de
surpreender os adversários.
Quando a partida necessitava de mais vigor
físico, estavam lá os volantes Anderson Pedra e Sandro Manuel para darem as
“botinadas” necessárias. Mas se o rival exigia mais qualidade, o comandante
coral poderia contar com o talento de Natan, Luciano Henrique e Weslley para
qualificar seu meio-campo. Assim, era praticamente impossível prever como o
Tricolor entraria em campo, o que acabou confundindo os rivais.
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