domingo, 13 de maio de 2012

OS SETE PECADOS QUE TIRARAM DO SPORT O TÍTULO DO PERNAMBUCANO

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imagem: agracadaquimica.com.br
Lesões, clima tenso, Marcelinho-dependência e até mesmo a inexperiência de Mazola são apontados como a razão do novo fracasso. Com a melhor campanha do Pernambucano e jogando por resultados iguais na final, o Sport não foi competente o suficiente para segurar o Santa Cruz e evitar o segundo vice-campeonato seguido para o rival. A decepção no dia da fundação do clube já era anunciada por uma parte da torcida. Apostas erradas, polêmicas e indefinições fizeram parte do turbulento noticiário rubro-negro durante todo o campeonato.

 
1 - A permanência de Mazola Júnior
O Sport apostou na renovação, quando assinou com o jovem treinador que realizou o feito, considerado quase impossível, de subir o time para a Série A faltando apenas cinco rodadas para o final da competição. Porém a procura por uma nova filosofia bateu de frente com a inexperiência de Mazola, que penou muitas vezes para encontrar o tom certo da sua equipe. Por conta da inexperiência, faltou jogo de cintura para amenizar crises e evitar que entrar em confronto público com alguns dos seus jogadores. Por conta das declarações diretas, ou “frontais” como ele mesmo gosta de chamar, Mazola acabou declarado guerra à imprensa em diversas ocasiões, causando desgaste e refletindo até junto à equipe.

 A diretoria até tentou tirar o treinador do comando, mas não conseguiu encontrar o momento ideal, mesmo com a eliminação da Copa do Brasil diante do Paysandu, na Ilha do Retiro. O próprio presidente Gustavo Dubeux chegou a declarar que se ele tivesse perdido para o Santa Cruz, na rodada que fechou a primeira fase, ele seria demitido. Como venceu, o clube não teve argumento para demitir o técnico que terminou na primeira colocação do Pernambucano. A queda de Mazola só veio com a perda do título, neste domingo, com a derrota para o Santa, na Ilha.


 2 - Barril de pólvora
A pouca bagagem de Mazola fez ainda com que ele não tivesse pulso com jogadores mais experientes, como o meia Marcelinho Paraíba. Nas duas vezes em que foi substituído na temporada, o atleta esbravejou contra o treinador na frente da torcida, num ato de insubordinação e desmerecimento ao profissional Mazola Júnior. O jogador ainda bateu de frente com a diretoria, se negando a entrar em campo contra o Central, depois de ter recebido uma multa por mais um atraso aos treinamentos. Chamou a polêmica para Ilha do Retiro após ser pego numa blitz da Lei Seca. Apesar de tudo isso, a diretoria foi amena, aplicando multas irrisórias e sem chamadas mais enérgica, dando-o o status de reizinho da Ilha.

O atacante Jael foi outro que deu trabalho após criticar publicamente o esquema tático do time, criando um mal estar no clube e pressionando Mazola. O próprio treinador andou pisando na bola quando citou o volante Naldinho e o lateral Renê como alguns dos responsáveis pelo fraco rendimento da equipe.

3 - Ataque improdutivo
Quem vê os 48 gols marcados pelo Sport pensa que os atacantes foram eficientes no Campeonato Pernambucano. Porém, os números não refletem num ataque positivo. O artilheiro rubro-negro foi o meio-campo Marcelinho Paraíba, com 14 gols, cerca de 30% do rendimento ofensivo do Leão.

Juntando os números de Willians, Jael e Jheimy, os três atacantes mais constantes nas escalações de Mazola Júnior marcaram apenas 13 gols e não conseguem nem superar os gols marcados por Marcelinho Paraíba. O atacante foi tão improdutivo que, até na decisão, os gols foram marcados por jogadores da defesa, com Moacir e Edcarlos, na derrota por 3 a 2 para o Santa.





imagem: sportdopovo.blogspot.com



4 - Variações táticas e improvisações
O atacante Jael justificou a falta de gols pela disposição tática do Sport, que deixava o centroavante isolado. A crítica veio de dentro do elenco, mas as reclamações eram gerais sobre a inconstância tática do time. O Sport começou com o esquema 4-4-2, mas depois de tropeços para o rebaixado América (0 a 0) e para o Ypiranga (1 a 0), ambos na Ilha do Retiro, Mazola se viu obrigado a tentar outra alternativa. Assim, ele recorreu para o 3-5-2, mesmo reconhecendo que não era o seu esquema preferido.

O time melhorou, mas as frequentes mudanças fizeram alguns jogadores demorarem a se adaptar. Sem contar que, algumas vezes, Marcelinho Paraíba jogou como atacante, deixando o meio-campo sem um jogador de criação e Jael isolado no ataque.

5 - A série de lesões
Uma das maiores queixas de Mazola foi o grande números de lesões. Logo na pré-temporada, o zagueiro Ailson, jogador de confiança de Mazola para a temporada, sofreu uma distensão na coxa e ficou grande parte do primeiro semestre no departamento médico. O centroavante Roberson veio de 2011 machucado e não conseguiu uma sequência de partidas, pois as dores voltavam a incomodá-lo.

O grande destaque do início do Pernambucano, o zagueiro Willian Rocha, rompeu o ligamento do joelho e perdeu o restante do estadual. O volante Marquinhos Paraná, contratado para ajudar na criação do meio-campo, pouco jogou e o atacante Willians teve uma fratura que o tirou da reta final.

6 - Marcelinho-dependência
Marcelinho Paraíba detonou neste Pernambucano. Artilheiro com 14 gols, dando passes precisos e chutes calibrados, o meia só não fez chover. O problema é que só ele estava neste nível. O resto do time não rendeu como o camisa 10, principalmente no setor ofensivo leonino.

Quando Marcelinho não estava bem, o time travava, não rendia, o que acarretou no termo Marcelinho-dependência. Criou-se até a frase "quando Paraíba não joga, o Sport não entra em campo". Para os adversários, era marcar o veterano que era meio caminho andado para um bom resultado.

7 - Impaciência da torcida
A Bombonilha de outros tempos virou à casaca. Os tempos de caldeirão para o adversário se foram e quem sofreu foi o próprio time rubro-negro. Vaias, gritos de burro para o treinador e críticas descabidas foram parte do repertório da torcida, com um detalhe – tudo isso ainda na etapa inicial da cada partida.

Mesmo quando as vitórias voltaram, a torcida cobrava uma atuação convincente e não perdoava. Mazola chegou a criticar as vaias em vitórias, mas também chegou a reconhecer que o time devia uma apresentação de gala diante da torcida. Ela até veio no primeiro tempo contra o Náutico, quando abriu três gols em apenas 15 minutos, mas no restante da partida, o Leão acabou tomando mais três gols e venceu por 4 a 3, tomando pressão nos minutos finais.

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