Do
Diário de Natal
A
UFRN agora tem um banheiro unissex coletivo. Fica no Departamento de Artes
(Deart). Foi inaugurado depois que o Grupo Universitário em Defesa da
Diversidade e Expressão das Sexualidades (Guddes) decidiu
"extra-oficializar" um fato: o banheiro feminino do segundo andar do
prédio era usado tanto por meninos quanto por meninas. A placa
"feminino" foi retirada com pompa: teve direito até a peça de teatro
e público de aproximadamente 80 pessoas acompanhando o momento histórico no
campus. Aconteceu no dia 11 de maio, dia em que ocorreu a 1ª Calourada da
Diversidade Sexual da UFRN, com o nome fantasia "Gaylourada".
Outro
fator contribuiu para a criação do banheiro unissex de combate ao preconceito
no campus universitário: a transexual Leilane Assunção, doutoranda em Ciências
Sociais, foi impedida de entrar no banheiro feminino. Um funcionário da
segurança do prédio alertou que ela não poderia usar o banheiro destinado às
mulheres. Ontem Leilane não foi localizada pela reportagem para comentar o
assunto. Como tudo que acontece no ambiente universitário, lugar de pluralidade
de opiniões e pensamentos, o assunto virou polêmica.
Alguns
alunos aprovam, outros desaprovam. Os servidores técnico-administrativos idem.
Os seguranças evitam dar entrevistas. A reitoria não se pronunciou oficialmente
sobre o assunto e a chefia do Deart entende a reivindicação dos estudantes,
embora reconheça que o banheiro não está adaptado para ser usado por ambos os
sexos. Não tem mictório para os homens, por exemplo. "É uma questão de
higiene mesmo", diz o chefe do departamento, professor Marcos Alberto
Andruchak.
A
polêmica principal é o uso de banheiro público. No caso em questão, uma
transexual, ou seja, alguém que nasceu homem e que se assume com identidade
feminina, precisou usar o banheiro. Para evitar o constrangimento, o problema
foi resolvido com a criação de um banheiro que pode ser usado por qualquer
pessoa, independente do sexo. Simples assim, ou quase. "Muitas pessoas
questionam se, nesse caso, ela deveria ter ido ao banheiro feminino ou ao
banheiro masculino. Acho que o banheiro não tem nada demais. É um banheiro
normal, como qualquer outro", afirmou um estudante do Deart, que pediu
para não se identificar. Com efeito, o banheiro não difere de outros banheiros
públicos. Apenas adesivos, placas e pichações na parte de fora indicam que
homens e mulheres podem usá-lo.
Entre
os alunos, há quem seja a favor. "Já era um banheiro utilizado pelos dois
sexos. Foi algo meio oficializado agora. Como o banheiro era próximo da porta e
o outro fica distante, geralmente o pessoal usava rapidamente não para urinar,
mas pra lavar as mãos. Por isso ele acabou sendo usado por ambos os sexos. Não
costumo usar esse banheiro, mas eu acho normal a criação dele. Talvez a ideia
devesse ser levada para toda a universidade", opinou o aluno de design,
Anderson Divino. Já Aryellen Dias, se disse contra. "É uma discussão à
toa. O normal é ter um banheiro masculino e outro feminino. Virou uma confusão
desnecessária. Sempre vem alguém e escreve uma coisa diferente sem necessidade.
É só um banheiro como outro qualquer", afirmou ela.
Amanda
Pereira, também estudante, disse que o tema é relativo. "Antes, nesse
banheiro, havia uma parte comum no corredor de entrada e havia o lado masculino
e o feminino. Só que como o feminino ficava sempre fechado, todo mundo usava o
masculino mesmo", observou. "Se as pessoas souberem usar o banheiro
com educação, souber deixá-lo limpo, será muito bom. Mas o mais provável é que
homem e mulher entrem e possam juntos usar o mesmo banheiro. Ai vira
bagunça", observou a universitária (Sérgio Henrique Santos).
Um comentário:
vcs do blog servem ao diabo...
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