segunda-feira, 23 de julho de 2012

Faz tempo que abastecer o carro deixou de ser a única coisa feita nos postos de gasolina



Eles são prioritariamente conhecidos por venderem combustíveis para os veículos. Mas parece que o tempo em que motoristas iam ao posto apenas para abastecer já passou faz tempo. O Vrum/Diario de Pernambuco visitou alguns estabelecimentos de gasolina no Recife e encontrou os mais inusitados pontos de comércio bem ao lado de bombas e frentistas. Acompanhe as nossas descobertas.

Variedade em alta
Quando se entra na loja de conveniência do posto da empresária Lígia Fonseca, 54 anos, o que se vê é muito mais do que os tradicionais salgadinhos, doces e refrigerantes encontrados em lojas do tipo. Nas prateleiras, é possível enxergar de artigos de decoração a DVDs. Mas a diversidade de opções não fica só na delicatessen. No mesmo posto, é possível encontrar mais quatro lojas, que oferecem de serviços de oficina à acessórios para motoristas e pilotos. Lígia conta que a multiplicidade de estabelecimentos veio da necessidade cada vez maior que as pessoas têm de realizar vários serviços em um lugar só.

“Abrimos as portas há três anos, mas a iniciativa de alugar os espaços em volta das bombas para outros comerciantes só veio dois anos depois”, conta. E parece que a proprietária fez uma escolha acertada. “Cerca de 30% do meu faturamento na conveniência e nas bombas vem dos consumidores atraídos pelas lojas que temos aqui. E alugamos todas num mesmo dia. Gostaria de ter mais espaço. Por mais que tivesse, acredito que tudo seria ocupado logo”, destaca Lígia.

Mas nem tudo são flores. “Com a alta circulação de pessoas, temos que redobrar o cuidado com as bombas. Mas, em compensação, muita gente gera também um sentimento de segurança em quem vem ao posto”, afirma.

Testemunha da mudança
O aposentado Wilson Gomes, de 62 anos, aproveitou a parada para abastecer seu carro e também deu uma olhada na vitrine da loja de conveniência. Para ele, encontrar diversos tipos de lojas no posto de combustível é uma grande novidade. “Há uns 20 anos, era impossível ver essa variedade. Mas essa mudança foi uma beleza. Aqui, compro mais comida e água. O que é uma mão na roda quando, numa emergência, os supermercados estão fechados”, conta.

E se engana quem acha que o aposentado só utiliza as lojas do posto quando vai abastecer. “Já vim várias vezes a pé. O abastecimento não é, de forma nenhuma, uma condição para eu visitar a delicatessen”, frisa.
               
Também se vende moto
Uma das maiores surpresas que tivemos na nossa ronda pelos postos do Recife foi encontrar uma revenda de motocicletas esportivas dentro de um posto. Quem estava por lá dando uma olhada nas máquinas e em vários acessórios vendidos pela loja, como capacete, macacão, luvas e botas, foi o estudante Igor Carlos, 19 anos. “Acho muito inteligente a ideia de ter um local assim junto ao posto. Sempre vejo motociclistas abastecendo e descendo da moto para comprar acessórios na loja”, diz.

Apesar de pilotar há pouco tempo, Igor já é bem integrado no motociclismo e vê o posto como um local em que esse laço é estreitado. “Todas as quintas-feiras vários motociclistas se reúnem aqui para conversar sobre suas máquinas. Antes de viagens em grupos, o pessoal sempre se junta aqui também e ainda aproveita para fazer um lanche na conveniência”.
               
Pra quem está sem carro
Precisando de um bom carro, mas por pouco tempo? O posto de combustíveis pode ser o lugar certo para você. Existe, sim, uma locadora de veículos bem do lado de frentistas e bombas. A empresária Taynna do Vale, 25 anos, aprovou a iniciativa. “É ótimo o fato de termos essa loja aqui. Eu só reclamaria um pouco do estacionamento. Como é um posto, geralmente as vagas são bem reduzidas”, comenta. Taynna também acha que as lojas do posto possuem uma “vida” independente dos combustíveis. “As pessoas vêm usufruir dos serviços em torno do posto sem necessariamente precisar abastecer, trocar o óleo ou colocar água no radiador. Sou uma prova viva disso”, brinca Taynna.
               
Ir ao posto tá na moda
Não bastasse toda a variedade já citada, o consumidor ainda pode se deparar com uma loja de roupa. De acordo com o gerente do local, Rodrigo Miranda, 29 anos, apesar da maioria dos clientes estarem sem carro, são muitos os casos em que o marido abastece enquanto a esposa compra uma peça que achou interessante. “Por incrível que pareça, o Recife conta com diversas lojas de roupa ao lado de postos de gasolina. Geralmente, quando o proprietário da loja precisa de um local em que não seja necessário terraplanagem ou retirar algum tipo de vegetação, as proximidades do posto são escolhidas”, destaca Rodrigo.

Diario de Pernambuco

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