Da Agência Brasil
A
presidenta da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime),
Cleuza Repulho, disse que os números sobre o ensino superior no Brasil,
divulgados nesta terça-feira (11) no relatório da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE), reforçam a necessidade de investimento de
10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.
“A gente
entende que [o relatório] é positivo e mostra que o Brasil está no caminho
certo. Reforça, porém, a necessidade de aumentar o investimento em educação. A
aplicação de 10% [do PIB no setor] se mostra bem coerente e necessária para que
a gente consiga melhorar e avançar de forma consistente”, disse ela à Agência
Brasil.
A pesquisa
revela que o país registrou o quarto maior aumento em gastos na educação no
período de 2000 a 2009 entre os 33 países incluídos no estudo que forneceram
estatísticas nessa área. Os investimentos no Brasil passaram de 10,5% do total
dos gastos públicos em 2000 para 16,8% em 2009.
A diretora
executiva do Programa Todos Pela Educação, Priscila Cruz, disse que as
discussões sobre mais investimento têm que forçar uma alteração no sistema
educacional vigente e incentivar a gestão da educação. “Mesmo investindo 12%,
15% do PIB, não vamos chegar [à meta de] todo jovem com ensino médio concluído
se o sistema atual não for alterado. Temos que ter uma discussão mais ampla. É
nosso dilema - mais recursos ou mais gestão? Todo mundo quer discutir aumento
de recursos, mas esquece de pensar em planejamento e execução do processo”,
lembrou Cruz.
Para a
diretora, o relatório mostra o avanço da educação no país, “mas a qualidade do
ensino não melhorou na mesma proporção”. Segundo ela, os dados negativos do
estudo em relação ao ensino superior revelam que os alunos do ensino médio
ainda não estão preparados de forma adequada. “Enquanto a gente não entregar
alunos para cursar o ensino superior de verdade, ele [essa etapa do ensino]
nunca terá qualidade. E a qualidade do ensino superior é afetada pela básica,
não há como causar impacto no ensino superior sem mexer na básica.”, avaliou.
O Brasil,
segundo o relatório, também foi o país que mais ampliou os gastos por aluno no
ensino primário e secundário entre 29 países que forneceram dados a respeito.
Os gastos com alunos do ensino primário e secundário aumentaram 149% entre 2005
e 2009, diz o estudo. Ressalta, no entanto, que o nível anterior era bem abaixo
do observado em outros países.
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