terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Aposentadoria fica um pouco maior


Do JC Online

O trabalhador brasileiro com mais de 55 anos e em condições de se aposentar (35 anos de contribuição) conta, desde ontem, com um benefício maior. É que, pela primeira vez desde que foi criado o fator previdenciário, em 1999, ele resultará em aumento da aposentadoria para essa parcela dos contribuintes. Isso acontece porque o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em vez de estimar a expectativa de vida dos brasileiros, utilizou dados concretos, obtidos no Censo 2010, para balizar o cálculo dos novos índices do fator, que valem do dia 1º deste mês até 30 de novembro de 2013. Apesar do incremento para uma parcela dos trabalhadores, analistas ponderam que não é o suficiente para gerar uma “corrida pela aposentadoria”.

A conta mostrou que na faixa etária acima de 55 anos a longevidade ficou menor, o que permite receber uma aposentadoria ligeiramente maior. Para um homem com essa idade e salário de R$ 1.000, o aumento foi de 0,4% ou R$ 2,84: se decidir aposentar-se hoje, receberá R$ 716,93. Se tivesse pendurado as chuteiras na sexta-feira passada, teria um benefício de R$ 714,09.


O advogado previdenciário Rômulo Saraiva comentou que os ganhos variam apenas entre R$ 4 e R$ 10. “O fato é bom, pois além de inédito, indica uma certa estagnação no aumento da expectativa de vida. Mas financeiramente não é tão expressivo”, resumiu. “O aumento fica maior de acordo com o avanço na idade. Quem tem 60 anos e ganha R$ 1.000, receberá 5% a mais que na semana passada, quando a tábua do IBGE em vigor era a antiga. A conclusão é que não é porque houve um ajuste que haverá grandes ganhos. Continua sendo mais positivo se aposentar com 61, 62 anos”, acrescentou o especialista em previdência e diretor da Conde Consultoria, Newton Conde.

O novo cálculo da expectativa resultou em menos 36 dias de vida para quem tem 55 anos. Quem tem 60, viverá menos 72 dias, informou o IBGE. E para 65 anos, a projeção ficou 108 dias menor. Se melhorou para quem está, naturalmente, mais perto de se aposentar, piorou, como é de praxe, para quem tem entre 39 e 48 anos. E permaneceu igual para aqueles entre 49 e 54 anos.

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