Do Blog da Folha
A Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE)
cobrou, por meio de nota enviada à imprensa, a falta de dados concretos sobre
os responsáveis pelo assassinato do promotor de Justiça Thiago Soares, ocorrido
em outubro do ano passado, durante deslocamento entre Águas Belas e Itaíba. O
crime ganhou grande repercussão, inclusive, nacionalmente. Confira, abaixo, a
nota na íntegra:
NOTA OFICIAL
A Associação do Ministério Público de Pernambuco – AMPPE,
entidade que congrega os Promotores e Procuradores de Justiça do Estado,
fundada em 16 de junho de 1946, vem a público, completados quatro meses do
assassinato do Promotor de Justiça de Itaíba, Thiago Faria Soares, ocorrido em
14/10/2013, durante o seu deslocamento em serviço entre as Comarcas de Águas
Belas e Itaíba, manifestar sua inquietação com a demora na conclusão das
investigações do crime, pontuando:
1. Mesmo com a ciência da complexidade das circunstâncias do
crime investigado, que exigem a realização de diligências várias, inclusive
laudos periciais de elevada indagação, mostra-se inquietante que, quatro meses
após a sua instauração, o procedimento investigatório ainda esteja sem uma
conclusão definitiva, especialmente quando, três dias após o fato, os gestores
da Segurança Pública Estadual confortaram a sociedade com notícias de que o
caso já havia sido esclarecido.
2. Mais ainda, inquieta-nos o fato de que o apontado
principal suspeito de ser o mandante do crime permaneça foragido, sem qualquer
inquirição nos autos do inquérito e sem que as forças repressivas do Estado
consigam efetivar sua prisão provisória decretada pelo Poder Judiciário, muito
embora tenha o mesmo dado duas entrevistas, veiculadas na imprensa em rede
nacional. A situação evidencia nítida falha no planejamento das operações
policiais, ou, mais grave, que o caso parece ter deixado de constituir uma
prioridade da segurança pública no Estado de Pernambuco, fato que fragiliza as
instituições republicanas e coloca em dúvida a efetiva proteção de todos os
membros da sociedade pernambucana.
3. A realidade descrita impôs ao Colégio Nacional de Procuradores
Gerais de Justiça, à Procuradoria Geral da República e ao Conselho Nacional do
Ministério Público a união de forças, consolidada na formação de uma
força-tarefa nacional para acompanhar, em apoio ao GAECO-PE (Grupo de Atuação
Especial de Repressão ao Crime Organizado), as investigações conduzidas pela
Polícia Civil.
Ressalta a Associação do Ministério Público de Pernambuco
que, juntamente com o Grupo de Promotores que atuam no caso, manterá vigilância
permanente e acompanhamento do desenrolar das investigações, de modo a
possibilitar que a verdade dos fatos e identificação dos responsáveis por tão
bárbaro crime venham à tona. Por fim, reitera o compromisso de todos os
Promotores e Procuradores de Justiça do Estado de Pernambuco de, com o
redobrado ânimo, promover frontal enfrentamento à criminalidade comum e
organizada, em todos os municípios do Estado de Pernambuco, de modo a propiciar
uma convivência social mais harmônica e uma segurança pública de qualidade para
todos.
Recife, 13 fevereiro de 2014.
DIRETORIA
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