Depois de criar o drive-thru da
oração, a Igreja Universal do Reino de Deus abriu um serviço de atendimento via
telefone onde é possível até passar por um processo de libertação espiritual,
mas chamado pela denominação de “sessão de descarrego”.
O repórter Daniel Pereira, do
jornal “O Dia”, entrou em contato com o disque-descarrego e recebeu uma oração
de um homem identificado como pastor Vitor que trabalha na central telefônica
da Catedral Mundial da Fé, em Del Castilho (RJ).
O pastor orienta o repórter a ir
para o banheiro para não assustar os demais funcionários. “Seu chefe está aí?
Vai para o banheiro que é melhor. As pessoas podem achar que você está passando
mal e vão chamar médico. O Senhor Jesus vai ficar no comando de tudo”, diz o
religioso.
A Igreja Universal se manifestou
dizendo que equipes de pastores se revezam para atender os necessitados que
entram em contato pedindo ajuda espiritual. “Nosso trabalho consiste em ajudar
aos sofridos e levá-los a se libertar de toda sorte de problemas e escravidão
espiritual”, afirma.
O atendimento por telefone para
questões espirituais é polêmico, mas não é usado apenas pela Igreja Universal.
A publicação carioca afirma que é possível encontrar até serviços de “Macumba
Online” oferecidos por membros de religiões como a umbanda e candomblé.
O “O Dia” afirma que o site
Macumba Online já realizou 1.835 trabalhos para “despiranhar” (termo não
explicado no site) e 2.392 para “empiranhar”. O trabalho mais pedido pelos
internautas é o de amarração do amor feito para quase 53 mil pessoas.
O pastor José Paulo Moura
Antunes, da Igreja Batista do Recreio dos Bandeirantes, que é pós-graduado em
Teologia, critica esse tipo de ação e diz o serviço de exorcismo deve ser feito
pessoalmente.
“A gente pode usar o telefone e a
internet para dar uma palavra de conforto, para fazer oração, para aconselhar…
mas fazer exorcismo desta maneira é muito perigoso”, disse ele. “E também nem
sempre as questões são espirituais. Tem gente com problemas psicológicos, por
exemplo. Não dá para saber a reação da pessoa”, conclui.
O Mago do centro místico Casa do
Mago, em Humaitá, também critica esse tipo de atitude, quer seja dos pastores
ou dos “macumbeiros” e diz que esse tipo de trabalho é enganação. “A única
forma de consultar as entidades é pessoalmente. Quem falar que faz isso de
outra forma está te enganando”, informou. O Mago, líder religioso do lugar,
criticou o atendimento a distância. “Isso é brincar com a fé das pessoas. Este
negócio de ‘sai capeta’ e ‘vem capeta’ por telefone é mentira. Tudo enganação”.
Do Gospel Prime
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