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Oito mil balões brancos foram dispostos em uma linha de 15 quilômetros onde havia o Muro de Berlim
Giselle Garcia/Agência Brasil
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No Portão de Brandenburgo, em
Berlim, capital da Alemanha, lembranças de um triste passado de divisão se
misturam aos últimos preparativos para a celebração da liberdade. Uma grande
festa pública vai ocorrer no local, no domingo (9). Nesse dia, há 25 anos, o
Muro de Berlim, que dividia a Alemanha oriental, socialista, da ocidental,
capitalista, foi ao chão. Era a vitória do povo contra a opressão do regime
comunista.
No local onde ficava o muro, uma
linha foi montada com 8 mil balões brancos, que, na noite de hoje (7), serão
iluminados. No domingo, eles serão lançados aos céus numa homenagem à paz e à
unidade. Ao longo da linha, que tem 15 quilômetros, a exposição As 100
Histórias do Muro chama a atenção dos turistas. Cada parada, conta uma história
de luta e resistência. “Estou muito impressionado. Eu me lembro de assistir à
queda do Muro de Berlim pela TV, mas estar aqui e poder ver por meio desses
balões onde exatamente ficava o muro; poder conhecer mais do que as pessoas
viveram por meio dessas histórias, é muito emocionante”, conta o designer
britânico Paul Anthony.
Cada balão da chamada Barreira de
Luz tem um patrono. São testemunhas daquele momento histórico, convidadas a
dividir suas histórias por meio de um site, o www.fallofthewall25.com. Também
nesta página, pessoas do mundo inteiro que acompanharam a queda do muro podem
deixar mensagens e depoimentos.
No Portão de Brandenburgo,
símbolo da união para os alemães, um imenso palco foi montado para abrigar
apresentações artísticas. A alegria e a excitação se misturam às lembranças de
um período de sofrimento. Um telão exibe filmes antigos, em preto e branco, com
cenas brutais de opressão e violência contra os que tentavam atravessar o muro.
Cruzes em homenagem aos que morreram na resistência foram posicionadas nas
proximidades.
A servidora pública alemã Ines
Jeeger cresceu às margens da barreira de concreto. “A gente via pessoas
tentando atravessar, e a repressão da polícia era sempre violenta. Mas pra
gente aquilo era normal. A gente já estava acostumado com aquele cenário”,
lembra. Ela conta emocionada que quando, pela primeira vez, pisou no lado Leste
da Alemanha, ficou impressionada. “As pessoas, no lado Leste, estavam pálidas e
tristes. As cidades estavam totalmente destruídas. Eu chorei muito ao ver
aquela situação.”
O aposentado Frank Mehler também
vivenciou a Alemanha dividida. Para ele, a separação entre Leste e Oeste foi
muito além do muro. “A Alemanha Ocidental, capitalista, alcançou um
desenvolvimento econômico muito maior. As pessoas tinham uma vida completamente
diferente daquelas que viviam na parte Leste”, lembra. Para ele, as diferenças
econômicas e sociais ainda persistem. “É bom celebrarmos esses 25 anos para nos
lembrar de que avançamos muito, mas ainda há muito o que fazer para que sejamos
uma Alemanha cada vez mais igual."
Agência Brasil
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