NÃO FOI
POR FALTA DE SINAIS: Como desabafo, é compreensível a entrevista que o
governador João Lyra Neto (PSB) concedeu aos jornais no fim de semana, mas em
termos de novidade nada de bombástico. Lyra foi sincero e afirmativo. Quanto à
escolha do seu nome para disputar o Governo duvido que tenha, sinceramente,
alimentado alguma expectativa.
Ninguém conhecia melhor a figura
e a personalidade do ex-governador Eduardo Campos do que o próprio Lyra. Em
nenhum momento, ao longo do processo que precedeu a escolha de Paulo Câmara,
Eduardo emitiu qualquer sinal de que poderia escolhê-lo. Pelo contrário, quando
falava em nova política, dava o recado da renovação de quadros e ideias.
Sendo assim, por exclusão, João
Lyra estava fora do processo. A escolha do governador como vice na reeleição de
Eduardo em 2010 já foi um grande parto. Atrás de uma alternativa, o então
governador só veio bater o martelo em torno de Lyra depois de fortes pressões
de setores da Frente Popular no apagar das luzes do processo.
Na época, o ex-ministro Fernando
Lyra, irmão do atual governador, chegou a ameaçar em levar o PDT para a oposição,
num telefonema dado da casa do ex-prefeito Pelópidas Silveira, caso Eduardo
insistisse na troca do vice em sua chapa. Razões para desconfiar, João Lyra,
portanto, as tinham de sobra.
Como não vive de sonhos nem tem a
ilusão da política, que é pior do que a do amor, João Lyra só deve ter
imaginado que viria a ser o candidato no lugar de Paulo Câmara por algum
momento de alucinação. Política, na verdade, se faz com gestos e Eduardo não era
afável nos gestos com Lyra.
SEM MARCA – Numa das entrevistas, João Lyra diz que não há ou não
houve Governo Lyra. Nunca vi tamanha sinceridade! O governador fecha, na
verdade, o ciclo de oito anos de Eduardo, de quem recebeu um Estado
extremamente endividado e teve como única e exclusiva missão a de fechar as
contas, porque não teve um vintém para investimentos em obras que pudessem
marcar a sua gestão.
ATRÁS DE UMA SINECURA – Depois da tentativa infrutífera de voltar
ao Lafepe, o secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, se pendura nos braços,
hoje, do governador eleito Paulo Câmara para implorar espaço em seu governo.
Quer agora comandar a poderosa Copergás. Ninguém está impedido de sonhar!
POSSE CONCORRIDA – O senador Armando Monteiro, que já se despediu
do Senado, terá uma das posses mais concorridas na Esplanada dos
Ministérios. Empresários da indústria e
do comércio de todo o País estão sendo convidados para a solenidade de posse
dele no Ministério do Desenvolvimento. A cerimônia está marcada para 7 de
janeiro, depois do feriadão de Ano Novo.
CRESCIMENTO – Na primeira reunião do secretariado, no último fim de
semana, o governador eleito Paulo Câmara disse que 2015 não será tão amargo
como estão pintando e chegou a prever um crescimento do PIB estadual em 2%,
acima da média nacional, que não passa de 1%. 'O Brasil não vai crescer, mas
Pernambuco cresce se for mantido atual ritmo”, afirmou.
GORDURINHA A QUEIMAR – A economista Tânia Bacelar anda na mesma
linha otimista do governador eleito. 'É um ano difícil, embora ache que vá ser
menos difícil para Pernambuco, porque a gente vai ter a entrada da refinaria
Abreu e Lima e o início da operação da Fiat. Superamos o pessimismo porque o
Estado acumula uma gordurinha', disse.
CURTAS
GARANTIDO – Tem lugar certo no segundo escalão do governador eleito
Paulo Câmara o atual secretário de Agricultura, Aldo Santos. Na semana passada,
Câmara fez questão de receber o secretário para uma conversa preliminar. Aldo é
competente e um bom camarada!
MUDANÇA – São poucos os auxiliares do atual Governo que serão
mantidos em cargos que ocupam no segundo escalão. Com exceção do presidente da
Compesa, Roberto Tavares, já convidado a permanecer, a tendência é a
substituição ou revezamento.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Por que Lula virou um problemão para Dilma?
'Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão
estabelecidos'. (Provérbios 16-3)
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