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Foto: JC Imagem |
As propinas teriam sido pagas
pelas empreiteiras Queiroz Galvão, Odebrecht e OAS, em contratos de obras na
refinaria Abreu e Lima. O ex-senador Sérgio Guerra (PSDB) e o deputado Eduardo
da Fonte (PP) também são citados
O doleiro Alberto Youssef, uma
das peças-chave mais emblemáticas da Operação Lava Jato, que investiga esquemas
de desvio de dinheiro na Petrobras, afirmou em depoimentos de delação premiada
que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em um desastre
aéreo ano passado, o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em 2014, e
o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) teriam recebido propina em contratos das
obras da refinaria Abreu e Lima. O doleiro detalhou dois casos específicos, nos
quais mais de R$ 40 milhões foram movimentados para, entre outras medidas,
impedir a criação de uma CPI envolvendo a estatal. As informações foram
divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo.
Em seu depoimento, o doleiro
afirma que Eduardo Campos teria recebido, entre 2010 e 2011, R$ 10 milhões de
propina das empreiteiras Odebrecht e OAS para a instalação de unidades de
processamento em Abreu e Lima. Eduardo Campos teria recebido o montante para
evitar dificuldades no andamento das negociações.
O total da propina foi de R$ 30
milhões, valor dividido entre o ex-governador, Paulo Roberto Costa e o PP. A
propina teria sido entregue a Eduardo Campos no Recife.
Além dos políticos pernambucanos,
o delator também envolveu em seus depoimentos o senador Ciro Nogueira (PP-PI),
e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está
preso. Youssef afirmou que Nogueira e Fonte teriam, entre 2010 e 2011, recebido
propina da construtora Queiroz Galvão para formalizar um contrato para
implantação de tubovias na refinaria Abreu e Lima. Na época, tanto a Queiroz
Galvão quanto a Iesa assinaram contrato no valor de R$ 2,7 bilhões para a
implantação das tubovias.
O contrato teria sido assinado no
Rio de Janeiro, na presença de um representante da Queiroz Galvão, Paulo
Roberto Costa, o ex-presidente do PP, José Janene, morto em 2010, o ex-assessor
do PP João Genu e o próprio Youssef. Na negociação, a empreiteira foi
pressionada para dar celeridade aos processos, sob a ameaça de que fosse criada
uma CPI da Petrobras, à época estimulada pela oposição.
O operador do esquema foi
Fernando Soares, também preso pela Lava Jato. Parte da propina foi paga em
doações oficiais aos políticos e a outra destinada a Youssef, que repassou para
Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte. Sérgio Guerra entra na história para impedir
a realização de uma CPI na Estatal. Para isso, o ex-senador teria recebido R$
10 milhões.
Do JC Online com informações da
Folha de S. Paulo
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