CHEIRO de derrota
O
Governo vai encontrar dificuldades para aprovar no Congresso o ajuste fiscal,
que antes mesmo de começar a ser discutido, provocou uma saia justa: o pito da
presidente Dilma no ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por ter dito, logo após
o anúncio, que as desonerações no passado foram uma brincadeira de mau gosto,
que provocaram uma perda de R$ 35 bilhões.
O
pacote não agradou a ninguém. Nem aos empresários, que alegam terem perdido
condições para produzir com menos encargos, nem tampouco aos trabalhadores,
que, no final, serão os mais prejudicados com a perda dos seus empregos. Para
contratar, a partir de agora, os patrões terão que arcar com uma conta mais
salgada de impostos.
Sendo
assim, está nascendo uma união de forças inusitada no Brasil: o trabalho com o
capital. Tanto os representantes das indústrias quanto a classe trabalhadora já
demonstraram publicamente condenação à tentativa do governo de equilibrar as
contas públicas à base de aumento da carga tributária e de redução em direitos
trabalhista e previdenciários.
Pelo
lado do empresariado, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
já começou a preparar uma frente de combate à MP que revoga a desoneração da
folha de pagamento das empresas e eleva em 150% as alíquotas da contribuição
previdenciária cobrada sobre o faturamento.
A
iniciativa de se unir às centrais sindicais na cruzada contra o pacote de Levy
teria partido do próprio presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O objetivo é reunir
na mesma frente Fiesp, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e
outras gigantes do sindicalismo para pressionar o Congresso a não aprovar os
ajustes para garantir a meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões para este
ano.
Pelo
lado das centrais sindicais os protestos já começaram. Ontem, cerca de 600 sindicalistas
fecharam a rua Martins Fontes, no centro de São Paulo, pedindo a revogação das
medidas provisórias 664 e 665, que alteram as regras do benefício, abono
salarial, seguro defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão.
"Essa
medida vai impedir a maioria dos trabalhadores de conseguir o seguro-desemprego
", disse Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores
(CUT). Já Miguel Torres, presidente da Força Sindical, acha que as medidas
provisórias precisam ser revogadas e anuncia uma grande luta por isso. “São 8
milhões de trabalhadores prejudicados", diz ele.
RECUOU– O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recuou da decisão de permitir que mulheres
ou maridos de parlamentares viajem de suas cidades para Brasília com passagens
aéreas pagas com recursos públicos. Cunha disse que proporá hoje (3) aos
integrantes da Mesa Diretora da Câmara um recuo em relação à decisão de
conceder passagens para cônjuges de parlamentares. Ele reconheceu que a repercussão
não foi positiva. “Se não foi positiva, por que manter?”, indagou o presidente
da Casa.
FIM DO SOFRIMENTO
BAIANO– Ao
contrário de Pernambuco, onde tem chovido pouco, na Bahia as precipitações
registradas nos últimos dias encheram 70% dos reservatórios, enquanto no Piauí
chega a 45%. Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte vivem o
prolongamento da seca, com 248 municípios enfrentando racionamento ou com o
fornecimento de água em colapso total.
SAINDO DA TOCA – O PSB deverá adotar uma posição
uniforme em relação ao ajuste fiscal envolvendo alterações na concessão de
pensões, auxílio-doença, seguro-desemprego, além de modificações na folha de
pagamentos das empresas. Líder na Câmara, Fernando Filho, vai reunir a bancada
para tentar um entendimento. O encontro está previsto para amanhã.
LEITURA DA INFLUÊNCIA – Sete deputados pernambucanos já
se manifestaram de forma contrária ao ajuste fiscal. A maior expectativa, na
verdade, está concentrada no núcleo socialista, formado por nove deputados entre
os 34 da bancada do PSB na Câmara. Se houver manifestações pela aprovação isso
provavelmente já terá um dedo do governador Paulo Câmara e do senador Fernando
Bezerra, que querem ajudar o Governo.
DOS MALES, O MENOR -Líder do PP na Câmara dos Deputados,
Eduardo da Fonte diz que o fato de Pernambuco ter sido o Estado com o menor
percentual de aumento das tarifas de energia autorizadas pela ANEEL, de 2,2%, é
resultado do seu implacável trabalho no Congresso em cima das decisões da Celpe
que prejudiquem os consumidores. “O ideal seria não ter tido aumento, mas São
Paulo chegou a mais de 20%”, avalia.
CURTAS
NA DISPUTA– O prefeito de Camaragibe, Jorge
Alexandre, reafirmou, ontem, na posse dos novos secretários de Geraldo Júlio,
que já está em campanha para presidir o PSDB, acéfalo depois da morte de Sérgio
Guerra por falta de uma liderança que se preocupe com o crescimento do partido
no Estado e não apenas em falar carioquês em Brasília.
OLHO NA GRANA– No giro que fará, inicialmente,
por três regiões – Araripe, São Francisco e Sertão Central, a partir do próximo
dia 13 – o governador Paulo Câmara que prepare o lombo: a principal
reivindicação dos prefeitos será pela edição de mais um FEM – o fundo de
desenvolvimento municipal, criado pelo ex-governador Eduardo Campos.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Os tucanos que mordem no Governo
Paulo Câmara acham que o candidato a prefeito do governador será Daniel Coelho?
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