O
governo brasileiro planeja lançar em maio um novo programa de concessões para
investimentos em infraestrutura, afirmou neste sábado (18) o ministro da
Fazenda, Joaquim Levy.
"Nosso
plano é, nas próximas semanas e meses, apresentar uma visão global de áreas que
estarão disponíveis para concessões", afirmou a jornalistas o ministro,
que participa de encontro do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do G20 em
Washington, nos EUA.
"É
claro que precisamos de algum tempo, porque para preparar esse projeto leva
tempo, alguns já estão mais avançados, outros menos, para que as pessoas possam
ter uma visão geral. Acho que até maio devemos ter isso feito."
Em
paralelo, de acordo com ele, o governo vai discutir os mecanismos de
financiamento para esses investimentos. "Estamos até discutindo um acordo
com o Banco Mundial para a ajudar a desenvolver alguns deles", afirmou.
Levy
afirmou que a Fazenda trabalha em conjunto com o Ministério do Planejamento
para lançar o programa.
"As
concessões em si levam um tempo, então o que vamos fazer é um arcabouço com as
grandes áreas, os valores, e também tentaremos algum tipo de cronograma.
Queremos que as pessoas entendam o quadro geral", disse.
Segundo
o ministro, o setor privado investiu US$ 200 bilhões (R$ 610 bilhões) em
infraestrutura no Brasil nos últimos cinco anos, em áreas como energia -sem
considerar óleo e gás-, comunicação e logística.
"Tem
bastante demanda", disse. "Agora o que precisamos é desenvolver
mecanismos de financiamento, que permitam ligar a demanda com a oferta."
Vocês
que estão acompanhando as discussões, vários fóruns discutiram isso. O Brasil
tem uma grande vantagem que é o tamanho do nosso mercado, mercado de capitais
relativamente desenvolvido.
CONFIANTE
Após
três dias de reuniões com autoridades e investidores em Washington, Levy
afirmou que a percepção sobre o Brasil está mudando. "Saí mais confiante
do que quando cheguei. As pessoas estão cada vez mais entendendo o que estamos
fazendo, o fato de o Brasil ter um rumo."
"Você
vê que no Brasil começou a haver uma estabilização das expectativas, ainda em
nível baixo. Eu acredito que em grande parte porque as pessoas começaram a ver
que o governo tem um rumo, que é um período de ajustes, mas uma etapa
indispensável para voltar a crescer", disse.
Segundo
Levy, há uma grande torcida entre os países parceiros pela melhora da situação
no Brasil. "E isso é natural, porque é óbvio que o que é bom para o Brasil
é bom para os nossos parceiros."
O
ministro afirmou ainda que parte dos riscos listados pelo FMI em suas projeções
mais recentes sobre o Brasil diminuíram, citando como exemplo a crise da água:
"menor hoje do que era antes."
Além
disso, afirmou, a Petrobras tem tomado medidas para melhorar a gestão na
companhia. "Nós temos a expectativa de termos muito brevemente a página do
balanço virada", disse o ministro, em referência aos resultados auditados
da companhia, que devem ser divulgados na próxima quarta-feira (22).
Levy
comentou ainda a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), que acusou o
governo de descumprir Lei de Responsabilidade Fiscal ao usar bancos públicos
para fazer pagamentos do Tesouro.
A
decisão não atinge diretamente a presidente, apenas seus auxiliares. Mas pode
ser usada no processo de análise das contas da presidente Dilma Rousseff que,
caso sejam rejeitadas, poderá levar a um processo de impeachment contra ela. As
contas da gestão da petista serão julgadas em 17 de junho.
"Vamos
analisar as decisões, ver todas as consequências e a melhor maneira de
implementar o que elas implicarem. É tão simples quanto isso", disse.
Questionado
se havia sido perguntado sobre um impeachment da presidente, ele respondeu:
"Não, você é a primeira pessoa a perguntar sobre isso."
Da Folhapress
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