"É basicamente uma comunidade como qualquer outra", afirmou um dos moradores da vila Reprodução/ GQ |
Criminosos sexuais condenados e
registrados nos Estados Unidos perdem, por lei, o direito de escolher onde
querem viver. Isso se dá por conta da restrição judicial que impede essas
pessoas de viverem a menos de 300 metros de escolas, parques e pontos de
ônibus.
Poucos lugares aceitam receber
essas pessoas, o que faz com que um contingente muito grande fique reunido em
uma mesma região. É o caso da cidade de Pahokee, no sul da Flórida. A região,
que se assemelha a uma vila, é constituída por diversas casas construídas para
os trabalhadores migrantes dos anos 60 por uma empresa de exploração de açúcar,
e fica distante de qualquer centro comercial.
O repórter Jay Kirk, da revista
americana GQ, passou alguns dias na cidade e conheceu seus moradores, inclusive
Rose, a única mulher registrada como criminosa sexual da cidade. Já os homens
andam tranquilamente pelas ruas com rastreadores presos aos tornozelos à
mostra.
"É basicamente uma
comunidade como qualquer outra", afirmou um homem identificado como Ted.
“Há vários casais e alguns com crianças”, disse ele.
Um dos condenados reclama da
dificuldade de se conseguir emprego sendo um condenado sexual. “Eu estava
pronto para trabalhar na indústria de fast-food, apenas para poder sobreviver e
pagar minhas contas. Mas porque iriam haver menores de idade trabalhando
comigo, fui proibido", contou.
Apesar de serem taxados pela
sociedade como a escória da humanidade, diversos dos moradores de Pahokee foram
condenados apenas por conta das leis rígidas e que não levam em conta as
especificidades de cada caso.
Alguns foram condenados por
manterem relacionamentos com garotas menores mas cuja diferença de idade era
pequena, por exemplo: namoradas de 15 ou 16 anos de idade, quando os homens
tinham 18 ou 19. Esta simples transgressão pode levar a 15 anos de prisão e um
carimbo de criminoso sexual que ficará no registro da pessoa para sempre.
Do R7
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