Da
Agência Estado
O próximo presidente do Banco Mundial deveria ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sugestão é do professor de Ciência Política Gregory Chin, da Universidade York do Canadá, em artigo publicado na edição deste sábado (18) do Financial Times.
![]() |
imagem: em.com.br |
O próximo presidente do Banco Mundial deveria ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sugestão é do professor de Ciência Política Gregory Chin, da Universidade York do Canadá, em artigo publicado na edição deste sábado (18) do Financial Times.
"Estão crescendo as demandas para que se rompa a tradição de 65 anos de
selecionar automaticamente um americano para ser o próximo chefe do Banco
Mundial", escreve o acadêmico.
Lembrando a
reivindicação dos países em desenvolvimento, de ter maior representação nas
instituições internacionais, Chin cita uma declaração do ministro da Fazenda,
Guido Mantega, de que "nosso objetivo é que os países emergentes tenham a mesma
chance de competir pela liderança dessas organizações multilaterais".
"Mantega não precisa olhar longe. Que tal Lula?", pergunta o autor do
artigo. "Sob a liderança de Lula, o Brasil entrou na crise financeira
forte e bem governado, e emergiu dela mais rapidamente do que a maioria das
economias avançadas. Enquanto isso, seus bancos e multinacionais continuaram a
ascender nos rankings globais. Lula foi um dos líderes mais carismáticos do Sul
Global ao longo da última década. Seu perfil foi robusto nas cúpulas do G-20,
acusando aqueles que administravam mal a economia mundial e demandando reformas
para corrigir arranjos de representação ultrapassados no sistema econômico
global", prossegue o texto.
Chin acrescenta que as credenciais de Lula "como campeão das economias em
desenvolvimento são fortes. Ele viajou pelo mundo, defendendo laços Sul-Sul
mais fortes, inclusive com a África e dentro dos Brics, e deu seu apoio a
fóruns regionais na América do Sul. Ele demandou mais voz para os países em
desenvolvimento nos processos de tomada de decisões globais e de
estabelecimento de agendas. Lula é respeitado por formadores de opinião no
Norte. O Brasil fez contribuições substanciais para instituições multilaterais,
para o sistema das Nações Unidas, dando mais do que a China para a Associação
Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Banco Mundial para os países
mais pobres".
O acadêmico ressalva que "a nomeação do ex-presidente brasileiro não
resolveria por si mesma os desafios de legitimidade que o Banco Mundial
enfrenta. Embora os problemas de credibilidade do banco não sejam tão severos
como os do FMI, não se pode esquecer que foi apenas quatro anos atrás que o
banco nomeou seu primeiro economista-chefe do mundo em desenvolvimento - da
China".
O artigo diz ainda que "com Lula como presidente, o banco seria liderado
por alguém que lutou corajosamente pela democracia, pela igualdade e pela
justiça social. Haveria acordo, pelo menos nesse nível, em torno de um bom
modelo de governança".
Nenhum comentário:
Postar um comentário