Da Agência Brasil
imagem: administradores.com.br |
O
acesso a serviços interativos por meio da televisão poderá se tornar uma
política de governo, com o objetivo de promover a inclusão digital e social da
população. Segundo o superintendente de Suporte da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), André Barbosa, a ideia está sendo formatada pela EBC e será
levada em breve aos ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e Helena
Chagas, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, para
depois passar pela avaliação da presidenta Dilma Rousseff.
A
expectativa é que ainda neste semestre possam ser iniciados os primeiros testes
para avaliar a aceitação da população do modelo de interatividade.
“A
ideia geral é que a gente possa fazer uma prova de conceito, transmitir o sinal
da TV Brasil, distribuir set top box [conversores] na casa das pessoas,
principalmente de baixa renda, que estejam integradas a um dos programas do
governo. Para fazer uma medição real se eles vão usar o serviço ou não, se
realmente vão saber usar. Com essa medição, mostrar para as autoridades para
que se possa fazer disso uma política tão importante de Estado como é o
Programa Nacional de Banda Larga”, disse Barbosa, em entrevista à Agência
Brasil.
A
aposta é que a intimidade da população com a televisão possa facilitar o uso
dos serviços que serão oferecidos com a interatividade, como a marcação de
consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso a programas do governo,
como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, serviços previdenciários e
serviços bancários.
“Todos
os programas do Estado estarão dentro da casa da pessoa, em um veículo que a
maioria da população brasileira já tem familiaridade há mais de 50 anos. Isso é
muito diferente do que introduzir uma tecnologia nova”, avalia o
superintendente, comparando a TV com a internet.
Para
receber o sinal de TV digital em um televisor comum, é preciso de um conversor,
chamado de set top box. Para facilitar o acesso a esses aparelhos, estão sendo
estudadas formas de financiamento ou até mesmo uma fidelização, como por
exemplo, ao abrir uma conta para receber os recursos do Bolsa Família nos
bancos públicos, a pessoa receberia um conversor.
O
superintendente explica que as emissoras comerciais ainda não demonstram
interesse pela interatividade, porque o uso dos aplicativos durante o intervalo
da programação poderia prejudicar sua principal fonte de renda: a publicidade.
“As
emissoras comerciais não têm ainda uma fórmula perfeita de sobrevivência do
modelo comercial atual com o modelo interativo, porque um compete com o outro”,
diz. Por isso, na sua avaliação, a TV pública, que não depende de patrocínios,
pode assumir o pioneirismo na introdução desse modelo no país.
Uma
ideia para atrair as TVs comerciais para a interatividade pode ser o patrocínio
de empresas estatais, como Banco do Brasil, Petrobras e Correios, criando um
novo modelo publicitário. A sugestão também será levada ao governo pela EBC.
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