domingo, 28 de setembro de 2014

Legislação para punir crimes ambientais ainda é branda

A questão social ainda é apontada por especialistas como uma das principais barreiras para a mudança no panorama de degradação encontrada nos rios, sobretudo, os que cortam o perímetro urbano. 

O escoamento da produção agrícola e industrial, somada a falta de saneamento básico, parece encontrar alento em uma legislação ainda considerada branda, para punir os crimes ambientais. “É preciso tratar os problemas a partir da base, envolvendo esferas de conscientização, mas também tratando com políticas habitacionais, para conter um crescimento que avança sobre as águas”, explicou a especialista em ecologia e professora da UFRPE, Paula Gomes.

Voltado para um desejo até então considerado improvável, o projeto “Eu quero nadar no Capibaribe”, tem mobilizado a população na tentativa de salvá-lo e promover a aproximação com a natureza. “Quando passamos a ver um rio com uma praia, ele fica mais perto de nós. Criamos espaços de convivência e promovemos atividades discursivas para entender as mudanças que incidem ao nosso redor”, ressaltou Bruna Pedrosa, coordenadora da iniciativa, que ocorria sempre no último domingo do mês, mas no momento passa por uma reestruturação.

Na esfera pública, a integração de políticas voltadas para o segmento pode refletir em resultados mais eficazes. “Instituímos sete comitês de bacias em Pernambuco, debatendo ações e ouvindo as sugestões de quem convive com as águas de perto. A população pode se comprometer e colaborar, a partir do momento em que entende que o rio é um bem de todos”, explicou a analista da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Joana Aureliano.

Procurada pela Folha, a Secretaria Estadual de Infraestrutura não soube informar a quantidade de resíduos retirados das águas dos rios Beberibe e Capibaribe. Já a Emlurb informou que realiza uma ação de limpeza apenas nos manguezais que margeiam o Capibaribe, atuando em diferentes pontos de sua extensão. Conforme o órgão, o trabalho é realizado a cada dois meses e retira uma média de 20 toneladas de detritos.


Folha de Pernambuco

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