![]() |
Foto: Divulgação/SSE |
O protocolo de exames clínicos
determinado pelo Ministério da Saúde descartou a suspeita de ebola no homem
internado com sintomas da doença, na manhã desta terça-feira (11), em Caruaru
(a 134 km do Recife). Segundo o gerente da 4ª Regional de Saúde Estadual, Djair
Lima, nenhum dos critérios determinados nos exames indicou a presença de ebola
no paciente. A suspeita de malária também foi descartada por meio de teste
rápido.
Apesar de descartada a
possibilidade de ebola e malária, os médicos ainda não conseguiram identificar
o tipo de doença de G.V.S. (apenas as iniciais do paciente foram divulgadas),
de 44 anos de idade. Trabalhador da construção civil, ele foi encaminhado para
o Hospital Oswaldo Cruz, no Recife, referência em infectologia no Estado. A
equipe do hospital também é responsável em receber os casos suspeitos de ebola
em Pernambuco - este é o primeiro.
De acordo com Djair Lima, embora
o resultado do exame de sangue coletado do paciente ainda não tenha ficado
pronto, o protocolo do Ministério da Saúde garante a segurança da avaliação.
G.V.S. visitou a África recentemente, mas esteve apenas na Guiné Equatorial,
que não é considerada área de infestação do vírus ebola.
Em coletiva de imprensa realizada
na tarde desta quinta-feira, a secretária executiva de Saúde de Caruaru,
Wedneide Ameida, informou que ele já teria contraído malária seis vezes, esteve
durante quatro meses no Guiné Equatorial e chegou ao Brasil na última
terça-feira (4). Ele desembarcou no Rio de Janeiro, onde pegou um voo para o
Recife e depois seguiu de carro para Caruaru, no mesmo dia.
Na manhã desta quinta, após
passar dois postos de saúde e desistir do atendimento por conta da fila de
espera, o homem chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vassoural às
9h, com histórico de dor de cabeça, dores nas articulações, tosse seca e febre.
A Secretaria de Saúde informou
que o trabalhador deu entrada no hospital consciente e foi levado para um setor
isolado da enfermaria, onde não teve contato com outros pacientes. Cerca de 30
minutos após a sua internação, uma equipe da Vigilância Sanitária chegou à
unidade com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). O protocolo de exame
que descartou a possibilidade de ebola no paciente foi comandado pelo médico
infectologista da unidade Demétrius Montenegro.
De acordo com a secretária
Wedneide Ameida, as pessoas que tiveram contato com o paciente não precisarão
passar por exames, já que a doença foi descartada. Ela lembrou ainda que, mesmo
se fosse confirmada a doença, o vírus não é transmitido no período de
incubação, mas apenas no contato direto com a secreção do doente. Seguindo o
protocolo, as instalações da UPA do Vassoral serão desinfetadas e a unidade
voltará a funcionar normalmente até o início da noite.
EXAMES DE SANGUE - De acordo com o protocolo do Ministério da
Saúde, quando uma pessoa chega a uma unidade de saúde apresentando suspeita de
ebola, passa pelo protocolo de avaliação e por duas coletas de sangue. Um dos
materiais é enviado de avião para o Laboratório do Instituto Evandro Chagas, em
Belém (PA) – único credenciado no País para fazer o teste do ebola. O outro
material colhido é utilizado e para exames do tipo sanguíneo e de malária
(doenças de sintomas parecidos com o ebola).
Caso seja confirmada o ebola, o
paciente será transportado em um avião para o Hospital da Friocruz, no Rio de
Janeiro, que ficará responsável em tratar todos os pacientes do País. O mesmo
procedimento padrão foi realizado no primeiros e último caso suspeito de ebola
detectado no Paraná, no início de outubro.
Do NE 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário