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Como
em todo caso de corrupção, não há vítimas: corruptos e corruptores são todos
culpados. Quem compra e quem se vende se iguala na indignidade. É o caso dos
envolvidos no escândalo do Petrolão.
São
igualmente desprezíveis os executivos da Petrobras que operavam fraudes e
desvios, os partidos que os indicavam, e os empreiteiros que superfaturavam
contratos, multiplicavam seus lucros e pagavam propina ao PT, PP e PMDB em
forma de doações de campanha.
Estão
todos no mesmo saco de gatos, ou melhor, de gatunos, e deverão responder na
Justiça na medida de seus crimes.
O
delator Paulo Roberto Costa resumiu, em uma frase, como funciona o submundo da
corrupção:
“Não
existe almoço grátis”, uma referência ao economista americano Milton Friedman,
para quem, tudo tem o seu preço.
Segundo
o ex-diretor da Petrobras, não se indica alguém para um cargo político sem
querer nada em troca.
“Se
um político indica fulano para ser ministro dos Transportes é porque tem
interesse depois que alguma coisa reverta para o partido” Afirmou o delator.
Para
Costa, na Petrobras, não existia possibilidade de um diretor ocupar uma
diretoria se não tivesse respaldo político . “Você podia ser um técnico
brilhante”, revelou, “mas, você vai morrer ali”.
Sem
mais nada a perder, o delator do Petrolão descortinou o Brasil real. O país dos
QI's – os Que Indicam. Padrinhos e seus afilhados: a presidente que nomeiam
advogado do PT Ministro do Supremo, a filha de ministro que vira desembargadora
graças ao “pedigree”, o governador que cria secretaria para abrigar filha
desempregada...
É
como se o Estado fosse deles, como se eles tivessem o direito legítimo de
dispor do público como se privado fosse. E às favas com os princípios da
moralidade e impessoalidade!
Vivemos
a mais profunda crise de valores. O avesso do avesso! Avesso do bom senso, da
honra, da ética, da vergonha na cara...
Lá
no serviço público, de meras repartições à Cortes e ministérios, onde manda
quem pode e obedece quem tem juízo, o mérito é apenas um detalhe dispensável.
Depois
de 17 anos como servidora pública concursada, sem QI, nem “pistolão”, aprendi
que funcionário é como um livro numa estante. Os mais úteis estão sempre nas
prateleiras mais baixas.
BLOG
DA RAQUEL SHERAZADE
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