A Fifa divulgou nesta
quarta-feira um documento para confirmar que os brasileiros João Havelange,
ex-presidente da entidade, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, receberam
suborno da ISL que faliu em 2001. O anúncio da entidade acontece no mesmo dia
em que o Supremo Tribunal da Suíça ordenou a liberação dos documentos que
revelavam os nomes dos dirigentes que aceitaram propina da empresa de
marketing.
Segundo o processo, Teixeira
recebeu US$ 13 milhões (em valores atualizados) entre 1992 e 1997 da ISL, enquanto
Havelange ganhou US$ 1 milhão (também em valores atualizados) em 1997 da
empresa de marketing em troca de vantagens no processo de venda dos direitos de
transmissão da Copa do Mundo.
Em nota oficial divulgada no seu
site, a Fifa comemorou a decisão dos nomes dos envolvidos terem se tornado
públicos e da confirmação de que a entidade não está diretamente envolvida com
o escândalo, nem o seu atual presidente - Joseph Blatter -, mas "apenas
dois dirigentes estrangeiros".
Nesta quarta-feira, o Supremo
Tribunal da Suíça decidiu que a liberação dos documentos, solicitados por
órgãos de imprensa sobre a investigação criminal, encerrada em maio de 2010,
eram de interesse público. Quando o caso foi finalizado, os dirigentes envolvidos,
que agora se sabe que são Teixeira e Havelange, pagaram 5,5 milhões de francos
suíços sob a condição dos seus nomes não serem revelados.
Inicialmente, a Fifa ajudou com a
manutenção dos documentos em anonimato, mas decidiu abandonar o caso no final
de 2011. A decisão do tribunal foi publicada no site oficial da entidade nesta
quarta-feira. O documento possui 42 páginas e detalha os pagamentos feitos a
Havelange e Teixeira pela ISL.
Havelange foi presidente da Fifa
por 24 anos antes de ser sucedido por Blatter em 1998. O dirigente, de 96 anos,
continua sendo presidente de honra da Fifa. Nesse ano, ele ficou longo período
internado em um hospital no Rio em razão de uma infecção bacteriana.
Membro do Comitê Executivo do
Comitê Olímpico Internacional por 48 anos, o dirigente renunciou ao seu cargo
em dezembro de 2011 alegando problemas de saúde, dias antes da abertura de uma
investigação contra ele.
Já Teixeira renunciou neste ano
aos cargos de presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de
2014. E ele também deixou o Comitê Executivo da Fifa, alegando razões pessoais
e problemas de saúde que não foram especificados. Atualmente, Teixeira vive nos
Estados Unidos, em Miami.
Agência Estado
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