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sábado, 6 de setembro de 2014

Refinaria recebe petróleo do Nordeste

Heudes Regis/JC Imagem
Com petróleo nordestino, a Petrobras inicia a pré-operação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo de Suape. O navio Elka Aristotle atracou ontem no porto pernambucano, carregado com os primeiros 350 mil barris de petróleo do Rio Grande do Norte para abastecer a unidade. A chegada da matéria-prima é um marco na operação da 14ª refinaria construída pela Petrobras no País e a primeira a ser inaugurada depois de um intervalo de 34 anos. O empreendimento é um dos mais controvertidos da história da Petrobras, com um cronograma de implantação que se estende há 9 anos e um orçamento que explodiu mais de dez vezes, passando de US$ 2,3 bilhões para US$ 20 bilhões.

Por enquanto, o óleo bruto servirá para testar os sistemas da Rnest. O processamento do petróleo propriamente dito (a transformação da matéria-prima em derivados) só vai começar na primeira quinzena de outubro e a inauguração oficial está prevista para o dia 4 de novembro. Até lá, a refinaria vai receber mais um milhão de barris de óleo cru para completar essa fase de testes.

O projeto da Abreu e Lima previa o abastecimento da unidade com petróleo da Bacia de Campos (RJ e ES) e com óleo venezuelano (em função da parceria com a PDVSA). Com a frustração do acordo, a refinaria vai receber apenas petróleo nacional. O gerente-geral da Rnest, Valdison Moreira, explica que a escolha pelo óleo bruto nordestino é uma estratégia de partida da operação.

“A companhia priorizou petróleos com características especiais e uma delas é o teor de enxofre. Esses petróleos são de muito boa qualidade e de baixo teor de enxofre. Para iniciar e testar uma unidade essa é a condição mais favorável”, observa, destacando também a proximidade da Bacia Potiguar e o simbolismo de começar a operação da refinaria do Nordeste com matéria-prima da região. Na etapa de pré-operação, além do petróleo potiguar a Rnest vai receber óleo das bacias de Sergipe e Alagoas. Num segundo momento, da Bacia de Campos. O primeiro carregamento de Guamaré (RN) é uma mistura de petróleos de extração terrestre e marítima.

Quando o primeiro trem (metade das unidades) da Abreu e Lima estiver em plena operação, a expectativa é receber um navio de petróleo a cada cinco dias. Problemas com a dragagem do canal de acesso à Suape (que teve o orçamento aumentado em função de dificuldades técnicas e não foi concluída) vai exigir mudança de estratégia na logística da Petrobras. 

A companhia terá que substituir navios maiores por menores para entrar no porto e, portanto, fazer mais viagens. “Quando se pensou o projeto, a ideia era que tivesse condição de receber navios maiores. Seria interessante e motivo de orgulho pra todos nós receber os próprios petroleiros construídos no Estado para transportar petróleo para a refinaria”, diz Moreira, sem polemizar sobre o imbróglio.


Jornal do Commercio

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Manifestação em Suape acaba com seis detidos e 4 ônibus queimados

Manifestação em Suape acaba com seis detidos e 4 ônibus queimados. Batalhão de Choque foi acionado
 para conter a confusão. (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)

Seis pessoas foram detidas na manifestação na PE-09, em Ipojuca, dos trabalhadores da petroquímica de Suape, que foi encerrada por volta das 11h30 desta segunda (12). Eles foram contidos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar e levados para a Delegacia de Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, segundo o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv). O sentido Ipojuca – Porto de Suape da PE-09 ainda está interditado por causa das carcaças dos veículos queimados, mas o trânsito no restante do local já foi liberado e está voltando ao fluxo normal.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 10h e conseguiu controlar o fogo sem demora. Ninguém ficou ferido. Uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar esteve no local para conter o protesto. Ainda não há informações sobre os trabalhadores que foram detidos durante a manifestação.

O protesto foi feito por cerca de 30 trabalhadores que foram demitidos da Emtep, uma empresa de serviços técnicos de petróleo que atua em Suape. Eles reclamam da falta de pagamento das verbas indenizatórias. Segundo eles, a Petrobrás não estaria repassando o dinheiro para a empresa. Mais cedo, a Emtep informou que o prazo para o pagamento das indenizações é até o dia 22 deste mês e por isso não houve negociação com os manifestantes em Suape.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem de Pernambuco (Sintepav-PE) informou que compareceu à manifestação para dar apoio aos trabalhadores, mas que não concorda com o tipo de protesto. Conforme nota, o Sintepav está tomando as providências necessárias junto ao Ministério Público do Trabalho e Poder Judiciário para assegurar que os trabalhadores da Emtep tenham seus direitos respeitados.


Os dois sentidos da via chegaram a ser fechados e o trânsito ficou complicado 
(Foto: Reprodução / Globo Nordeste)
Do G1 PE

sexta-feira, 13 de abril de 2012

OS ATINGIDOS PELO COMPLEXO DE SUAPE

Do JC Online, por Heitor Scalambrini Costa*
escadaedesenvolvimento.wordpress.com


Em Pernambuco vivencia-se uma situação, análoga a tantas outras que ocorrem no País e diz respeito ao modelo predatório adotado de desenvolvimento. Quem paga pelo “progresso” a nível local são as populações nativas, obrigadas a saírem de suas moradias, criando grandes problemas sociais. E também o meio ambiente, onde são despejados produtos tóxicos e suprimida a vegetação, com reflexos na vida animal, nos rios e riachos. Esta ação local acaba se somando negativamente a tantas outras que estão sendo realizadas em todo o território nacional, e em todo o planeta.

Constata-se que a sociedade deixou-se hipnotizar pelo crescimento econômico a todo custo (expresso em maiores valores monetário do PIB, que não leva em conta os custos ambientais). E o que se verifica é um conflito entre o interesse econômico predominante e o interesse coletivo da população, do meio ambiente com seus ecossistemas, enfim, de todas as manifestações no plano da vida. Neste embate, sem a participação da sociedade, o dinheiro tem vencido inexoravelmente. Com a megalomania das obras do Complexo Industrial e Portuário de Suape são evidentes os efeitos de um crescimento desordenado, de reflexos destrutivos sérios, afetando principalmente as populações nativas, agricultores, que acabam sendo inteiramente ignorados, tornando invisíveis aos olhos da sociedade. Sobretudo pelo papel da propaganda oficial, que apenas destaca as virtudes econômicas dos projetos.

Os moradores do entorno acumulam reclamações contra a Autoridade do Porto de Suape, e são testemunhas de um processo que tem gerado pobreza e desolação. São relatadas promessas  não  cumpridas, manipulação  e  pressão  sobre os moradores da área constituída de 22 engenhos (13.500 ha e aproximadamente 15.000 famílias) onde situa-se o Complexo, a falta  de  informação, intransigência nas negociações e intolerância ao lidar com a população.

sábado, 3 de março de 2012

REFINARIA ABREU E LIMA REGISTRA PREJUÍZO DE R$ 255,45 MILHÕES

Do Diário de Pernambuco
imagem: petrogasvip.zip.net

A Refinaria Abreu e Lima, em construção no Complexo Industrial Portuário de Suape, registrou prejuízo de R$ 255,45 milhões em 2011. O resultado consta no Relatório Anual da Administração publicado ontem nos jornais. Em 2010, a companhia havia contabilizado um lucro líquido de R$ 242,17 milhões. Ao fim de dezembro, o capital social da empresa era de R$ 2,9 bilhões.

O relatório dá conta ainda que em 2011 a refinaria continuou utilizando os recursos oriundos do contrato de financiamento firmado em julho de 2009 com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor contratado foi de R$ 9,9 bilhões.

Em novembro de 2011, os recursos do BNDES acabaram e a Petrobras precisou aportar R$ 1,7 bilhão na refinaria. Ainda assim, a companhia registrou o prejuízo acima mencionado. Em nota, a Petrobras informou que não comentará o assunto.

quinta-feira, 1 de março de 2012

CONCURSOS DA PETROQUÍMICASUAPE E CITEPE COM INSCRIÇÕES PRORROGAS ATÉ DIA 06 DE MARÇO

Do NE10
imagem: blog.atepassar.com

As inscrições para os concursos da PetroquímicaSuape (PQS) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) foram prorrogados até terça-feira, dia 6. A PQS vai selecionar 143 profissionais para trabalhar nas fábricas de seu complexo industrial, que começarão a operar no final deste ano.


As vagas são para a área administrativa e podem concorrer candidatos com nível fundamental, médio, técnico e superior. Os salários iniciais variam de R$ 734,13 a R$ 4.383,60. Os editais da seleção pública foram publicados, ontem, no Diário Oficial da União (DOU).

 
No caso da Citepe são 123 vagas, mais cadastro de reserva, para cargos de nível fundamental, médio e superior, com inscrições variando de  R$ 22,00 a  R$ 55,00. Para os dois concursos, os interessados precisam se inscrever no site da Fundação Cesgranrio (www.cesgranrio.org.br). 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pernambuco ganha nova linha de transporte marítimo


REPRESENTANTES da Hamburg Süd visitaram Campos
A alemã Hamburg Süd, uma das maiores empresas de logística do mundo, anunciou a criação de uma linha internacional de transporte marítimo por onde navios de contêineres farão a rota Ásia-Pernambuco sem escalas, desembarcando no Porto de Suape. O presidente da Hamburg Süd, Ottmar Gast, enfatizou que essa é a primeira rota que liga diretamente aquele continente ao Nordeste brasileiro, “focado no mercado de Pernambuco”. Hoje, a empresa alemã é responsável por 50% de toda a carga movimentada por Suape e a nova operação acrescentará mais 10% ao total.

O primeiro dos 11 navios que farão a rota, o Capitan Jackson, sai do porto de Xangai, na China, em 2 de julho, chegando em Suape em 4 de agosto. “Ele fará escalas em dois portos, em Hong Kong e Singapura, trazendo todos os tipos de cargas acabadas”, comentou Gast, após visita ao governador Eduardo Campos. Cada um dos navios tem capacidade de armazenar 4,6 mil TEUs (unidade de medida de contêiner). “A Hamburg Süd atua em Suape há 20 anos e agora aposta no crescimento do Porto, tanto nos transportes internacionais quanto nos de cabotagem. A estratégia é apostar em Suape como centro consolidador de cargas para atender toda a Região”, comentou. Daqui, as cargas serão distribuídas para Pecém (CE), Manaus e Salvador.
A linha marítima reduz também o tempo de viagem e, segundo o diretor Regional da Hamburg Süd, Nobert Bergmann, torna a alemã “praticamente imbatível”, já que as demais empresas operam com transporte por cabotagem. A chegada de navios será semanal, atracando em Suape todas as quintas-feiras e ali permanecendo por 48 horas, no mínimo. “A nova operação só é possível por causa dos investimentos que foram e são feitos em Suape e permite ainda mais investimentos no serviço de cabotagem para distribuição de cargas ao longo da costa”, completou.
A nova operação da empresa alemã reforça as intenções de Suape de manter o ritmo de crescimento da operação de contêineres de 30% ao ano e já há interesse do grupo em participar da exploração do novo terminal de contêineres. Esse é mais um motivo para a administração de Suape correr com o processo de licitação do novo terminal de contêineres. “Hoje o Terminal de Contêineres (Tecon Suape) ainda atende à demanda”, explicou o vice- presidente do Porto, Frederico  Amâncio, mas, se continuar no ritmo, a previsão é de que por volta de 2014 ele seria insuficiente vai chegar antes. “Até o fim do ano, a movimentação de cargas no Tecon deve chegar a 300 mil unidades”, pontuou. Em 2010, o crescimento foi de 34% (248 mil unidades ou 330 mil TEUs), chegando a 250 mil unidades/ano.
Da Folha de Pernambuco

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PE-28 é interditada por moradores que reivindicam melhorias na via

Do NE10


A rodovia estadual PE-28, que dá acesso ao Complexo Portuário de Suape, amanheceu interditada nesta quarta-feira (27), na altura do acesso à Praia de Enseadas dos Corais.


De acordo com a Polícia Militar, cerca de cinco mil pessoas participaram do protesto em reivindicação por melhorias nas condições das estradas que dão acesso ao Complexo. Os manifestantes são moradores e trabalhadores da área, além de motoristas de ônibus que transportam diariamente passageiros até Suape. Eles chegaram a atear fogo em pneus e alguns pedaços de madeira, bloqueando o tráfego. 

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Estadual estão no local para controlar a manifestação, que já dura mais de quatro horas e provoca um congestionamento de cerca de um quilômetro. O engenheiro Fernando Mota foi enviado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para negociar com os manifestantes a liberação da via. Ele garantiu aos trabalhadores que as obras de reparo na estrada já começam a partir desta quinta-feira (28).

sábado, 9 de abril de 2011

Pernambuco vive sua revolução industrial


Com um pacote de R$ 46 bi em investimentos, Estado vira locomotiva do Nordeste; PIB cresceu 16% em 2010

Petroquímicas e ferrovia começam a mudar a economia que viveu séculos do açúcar




AGNALDO BRITO ENVIADO ESPECIAL A SUAPE (PE) do NORDESTE .COM
O helicóptero decola do heliponto do Centro Administrativo de Suape. A 200 metros do chão, é possível ter a dimensão da revolução econômica que a injeção de R$ 46 bilhões em investimentos públicos e privados previstos até 2014 está promovendo em Pernambuco, a nova locomotiva do Nordeste.


Não é o único canto do Estado que avança ligeiro e que tem mudado não só a vida dos 8,7 milhões de pernambucanos, mas sobretudo permitido a volta dos retirantes que um dia caíram no mundo atrás de uma vida melhor.

No interior, duas obras gigantes (a transposição do rio São Francisco e a construção da Ferrovia Transnordestina) ajudam a desenhar uma nova paisagem na vida do morador do agreste e do sertão.
LITORAL
No litoral, onde pode-se observar a síntese da nova dinâmica econômica, o complexo industrial-portuário de Suape, erguido a 40 quilômetros ao sul do Recife, brota a velocidade impressionante.
"Cento e vinte empresas já estão instaladas, outras 30 estão em construção e mais 20 irão surgir até 2014", enumera Frederico Amâncio, vice-presidente de Suape. Do alto é possível avistar obras em todos os cantos dos 13,5 mil hectares do complexo.
Justo ali, onde há 380 anos invasores holandeses -que acharam de tomar uma fatia do Brasil colônia- indicaram como ponto mais propício à criação de um porto.

E foi nessa região, após romperem pequena porção da parede dos arrecifes que protege o litoral do Atlântico, que os holandeses criaram uma passagem para que os barcos de açúcar alcançassem os navios em alto-mar.

A visão dos invasores ganhou forma quase quatro séculos depois. Investimentos de mais de US$ 3 bilhões nos últimos dez anos criaram a infraestrutura básica para o atual ciclo de expansão do porto de Suape, e converteram a região no principal polo de atração de negócios do Nordeste brasileiro.
A APOSTA PRIVADA
Agora, o PIB pernambucano demonstra vigor e o combustível é Suape. Em 2010, o PIB estadual foi de R$ 87 bilhões -expansão de 15,78% num só ano. Os velhos engenhos de cana e as usinas de açúcar e álcool pouco a pouco deixam de ser predominantes na matriz econômica de Pernambuco.
A aposta do poder público em Suape ao longo de 40 anos -desde o plano original de 1960- começou a seduzir o capital privado. O complexo industrial-portuário, um modelo inédito no Brasil, está fazendo surgir um novo Estado industrial no país.
"Não tínhamos indústria de petróleo e gás, nem indústria naval ou automobilística. Agora há uma nova perspectiva para o Estado", diz Geraldo Júlio, presidente de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico.
ACIMA DO NORDESTE
A forte expansão econômica elevou a renda per capita do Estado a quase R$ 10 mil, acima da média do Nordeste, de R$ 7.488, mas ainda inferior à renda nacional, de R$ 15.990.
A criminalidade caiu 25% em quatro anos, mas ainda é de 40 homicídios por 100 mil habitantes, quatro vezes mais que no Estado de São Paulo, e superior à média nacional, de 24,5 por 100 mil.

Investimento público cresce 2,5 vezes em 4 anos


DO ENVIADO ESPECIAL A SUAPE
Os investimentos públicos do Estado de Pernambuco cresceram 2,5 vezes nos últimos quatro anos.
A expansão do gasto público, com forte apoio do governo federal, é parte da explicação do impressionante crescimento pernambucano.
No quadriênio de 2003 a 2006, o governo local investiu em média R$ 680 milhões em obras de infraestrutura. No período de 2007 a 2010, o governo estadual conseguiu elevar esses aportes à média de R$ 1,7 bilhão de investimentos ao ano.
Só no ano passado, o Estado autorizou gastos de R$ 2,7 bilhões.
Pernambuco tem recorrido a financiamentos para sustentar essa expansão, mas afirma que isso não tem elevado o nível de endividamento. A explicação está na elevação das receitas correntes.
"A redução de custeio e o aumento da arrecadação de ICMS fizeram o endividamento do Estado cair de 82% para 63% da receita corrente líquida", diz Geraldo Júlio, secretário de Desenvolvimento de Pernambuco.

Hoje, a receita total de Pernambuco é de R$ 14 bilhões, impulsionada pela arrecadação de ICMS que cresceu 18,2% em 2010.

EFEITO POLÍTICO
Essa gestão tem dado resultado eleitorais. A força do governadoEduardo Campos (PSB) pôde ser medida na eleição do ano passado. Campos foi reeleito em primeiro turno com uma votação inédita no país: 82,8% dos votos válidos, um recorde. (AB)
Setor privado forma polos industriais
Depois dos projetos estruturantes, companhias começam a negociar a vinda dos fornecedores para Suape
Empresas que atendem estaleiro avaliam se vão investir e companhia de aerogeradores pode atrair quatro empresas
DO ENVIADO ESPECIAL A SUAPE (PE)
A expansão industrial de Pernambuco deve entrar agora na segunda fase: a atração de fornecedores dos projetos-âncoras.
Um dos maiores empreendimentos no Estado, o EAS (Estaleiro Atlântico Sul) negocia a instalação, em Suape, de fornecedores de equipamentos para a montagem de navios-plataforma e navios-sonda usados na perfuração de campos de petróleo.
"Alguns grandes fornecedores internacionais já vieram aqui para observar se o polo naval oferece escala de produção. Acho que, em breve, vamos ver alguns desses fornecedores chegando", diz José Roberto de Moraes, diretor de operações da empresa.
O EAS, associação entre a Queiroz Galvão, a Camargo Corrêa, a PJMR e a sul-coreana Samsung, conseguiu uma carteira que vale hoje US$ 8,1 bilhões.
São 22 navios-petroleiros, sete navios-sonda e o casco da P-55 (plataforma que irá operar no campo de Roncador, na bacia de Campos, no Rio), um pacote todo atrelado aos pedidos de uma só empresa, a Petrobras.

Para o EAS, atrair fornecedores para ampliar o polo naval de Suape pode ajudar o próprio estaleiro a melhorar a performance de construção das embarcações. O plano do estaleiro é reduzir o tempo em que um casco de navio permanece no dique seco.

Hoje, eles demoram até seis meses na instalação. O plano é reduzir o tempo para dois meses. Para isso, o estaleiro terá de montar navios a partir de megablocos. O primeiro petroleiro, o João Cândido (em fase de acabamento), foi montado a partir da junção de 240 blocos.
Zumbi dos Palmares, atualmente em montagem, será construído a partir de 150 blocos. O terceiro, ainda não batizado, será feito com 30 blocos gigantes, cada um montado fora do dique.
A meta do estaleiro é montar um petroleiro unindo apenas 22 partes.
DE VENTO EM POPA
Se as perspectivas para atração de fornecedores do estaleiro são boas, as chances de a Impsa (Indústrias Metalúrgicas Pescarmona) criar o primeiro grande cluster em Suape são maiores ainda. A companhia argentina entrou no negócio de energia eólica há cinco anos. A atividade já responde por 60% das receitas.
O sucesso nos leilões de energia eólica no Brasil garantiu à companhia uma carteira de pedidos de R$ 3 bilhões em aerogeradores.
"A empresa está instalada em Suape há dois anos e já negocia a vinda de pelo menos dois produtores de torres para os aerogeradores e duas empresas de pás (as hélices do gerador)", diz o gerente comercial da empresa, Paulo Ferreira.
Distante cerca de três quilômetros da Impsa, a Petrobras monta uma mega refinaria que terá capacidade de processar 250 mil barris de petróleo por dia. Ao lado da refinaria também é construída uma petroquímica.
A estatal não quis falar sobre o projeto, mas a expectativa em Pernambuco é que a produção de matérias-primas petroquímicas viabilize um polo têxtil na região, com indústrias para fabricação da fibra, do tecido e, quem sabe, confecções.
Outra promessa é a formação de um novo polo automotivo no Nordeste, com a instalação da Fiat até 2014, segundo previsão da própria montadora.

A unidade terá capacidade para 200 mil veículos e a previsão é a de que, por isso, constitua um novo parque de autopeças. (Agnaldo Brito)

"Pagamos até passagem aérea para candidato a vaga"
DO ENVIADO ESPECIAL DE SUAPE (PE)
Preencher vagas anda mais e mais difícil para as empresas instaladas no Complexo Industrial-Portuário de Suape. Uma guerra entre as empresas corre solta na região. A busca por profissionais é tamanha que há empresa oferecendo até passagem aérea só para trazer um candidato a vaga.
"Não há mais cordialidade entre os departamentos de recursos humanos. Estamos vivendo uma guerra por profissionais. Pagamos até passagem aérea para trazer um candidato a vaga para uma entrevista", diz Clóvis Gomes, 44, gerente de RH da Impsa.
A empresa busca 178 funcionários para a fábrica de turbinas hidrelétricas, uma nova unidade que será construída em Suape para montar as turbinas da usina Belo Monte, no rio Xingu (PA).
A Impsa não é a única empresa com problemas. O EAS (Estaleiro Atlântico Sul) precisa contratar 1.200 pessoas até junho.
Essa oferta abundante de vagas reduziu o desemprego na RMR (Região Metropolitana do Recife) nos últimos anos.

O nível de desemprego medido pelo IBGE caiu de 14,3% em dezembro de 2006 para 8,1% em dezembro do ano passado.

O ritmo da geração de novas vagas acelerou-se em 2010, ano em que só a construção civil cresceu 25%.
CARTEIRA ASSINADA
Apenas em 2010, o Estado de Pernambuco criou 113 mil empregos com carteira assinada, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Entre esses empregos está o de Camila Ribeiro, 31. Formada em filosofia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), ela é uma das três mulheres que ingressaram na área operacional do Terminal de Contêineres em Suape. Ela pilota um equipamento de US$ 1,6 milhão. (AB)


ANÁLISE

Expansão econômica de PE cria contradições e desafios
LUÍS HENRIQUE CAMPOS

ESPECIAL PARA A FOLHA


Pernambuco apresenta altas taxas de crescimento econômico, de consumo, de investimento e de emprego formal, aliadas à redução do desemprego e da pobreza absoluta, o que diminui a frequência com que se tratam as contradições inerentes a momentos transformadores como esses.
Mesmo sendo otimista em relação ao futuro do Estado, creio que se contribui mais apresentando as contradições e desafios que esse processo tem aberto do que apenas ficar reforçando os aspectos positivos.
A mobilidade urbana é o aspecto mais visível dos desafios ligados à infra- estrutura, tendo em vista a ocorrência cada vez mais intensa de enormes engarrafamentos nas maiores cidades do Estado.
Já estão em curso investimentos que tentam atacar tal problema. Contudo, a velocidade com que os mes- mos estão se efetivando é insuficiente para resolver o problema.

Ao mesmo tempo, pouca discussão tem sido feita sobre o descompasso existen- te entre a localização dos novos polos produtivos e a da população sem emprego. Isso gera pressão por fluxos migratórios definitivos ou pendulares.

Tais fluxos estrangulam a infraestrutura também na área da saúde, da educação e do saneamento e não podem ser enfrentados apenas pelo poder local.
No tocante à educação, o poder público já está fazen- do grande esforço no au- mento da oferta interiorizada de educação técnica e superior, bem como na qualificação profissional.
Nesse ponto, os desafios estão em fazer com que os conteúdos dos cursos foquem necessidades locais, mas, mais ainda, em fixar o corpo docente e gerar pesquisa aplicada que possa ser rapidamente transferida ao setor privado.
Ao mesmo tempo, a melhoria do ensino deve buscar a rápida ampliação do capital social, alicerce maior do desenvolvimento.
Os desequilíbrios econômicos intraestaduais intensificam-se devido à centralização dos investimentos privados em Suape.
Apesar de saber-se da existência de tendência natural na centralização da atividade econômica em certos locais, que deve ser contrabalançada pelo poder público, a estratégia que vem sendo tomada pelos governos estaduais desde o início do sé- culo é aproveitar-se do apelo de Suape para atrair as empresas, reforçando a concentração econômica na RMR (Região Metropolitana do Recife).
PROBLEMA AMBIENTAL
A velocidade dos investimentos em Pernambuco tem colocado em último plano a questão ambiental. Foram reduzidas áreas de preservação e realizados investimentos que estão longe de ter consenso entre os cientistas.

Com isso, estamos repetindo os erros cometidos no passado, de buscar o crescimento a qualquer custo.
Os bons números da economia devem gerar otimismo, mas não desviar a atenção das contradições inerentes ao crescimento.

Somente debatendo e criando saídas para essas contradições é que se conseguirá o desenvolvimento, ou, quem sabe, com gran- des mudanças nas políti- cas públicas, o desenvolvimento sustentável.
___________________

LUÍS HENRIQUE CAMPOS é coordenador-geral de estudos econômicos e populacionais da Fundação Joaquim Nabuco.

Fonte: 
Folha de São Paulo - 6/3/2011

terça-feira, 29 de março de 2011

Tribunal Regional do Trabalho considera greve em Suape ilegal

Da Redação do pe360graus.com

A greve dos mais de 28 mil operários de Suape foi considerada ilegal nesta terça-feira (29) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Para o relator do TRT, Agenor Martins Pereira, os patrões não estão obrigados a remunerar os dias parados e o trabalho deve ser retomado nesta quarta-feira (30) sob pena de multa diária de R$ 5 mil. O julgamento aconteceu depois de um pedido feito pelo Sindicato da Indústria da Construção Pesada.

A greve começou no dia 17 de março. A decisão de manter a greve havia sido tomada por unanimidade, na última sexta-feira (25), pelos operários que trabalham na construção da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, durante uma assembleia que reuniu milhares de pessoas.

De acordo com o Sintepav, o sindicato que representa os trabalhadores, vai acontecer nesta quarta-feira (30) uma assembleia no canteiro de obras. Na ocasião, os operários vão votar se a paralisação termina ou não.

As empresas aceitaram as duas reivindicações que deram origem à greve: o pagamento de 160 reais de vale-alimentação e também de 100% das horas-extras aos sábados. O impasse agora está no pagamento dos dias parados. Para resolver isso, os advogados do Sintepav disseram que vão entrar com um recurso no TRT.

Suape não cumpre acordos de compensação dos impactos ambientais

De 11 intervenções no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Grande Recife, que resultaram em desmatamento de Mata Atlântica ou mangue nos últimos dez anos, apenas uma teve seus danos ambientais compensados. O levantamento foi apresentado na sexta, 25, em reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), no Bairro do Recife, a primeira com a presença do novo secretário da pasta, Sergio Xavier.
O único termo de compromisso cumprido foi o da Termo Pernambuco, que reflorestou três hectares de mangue para compensar uma área de manguezal com o mesmo tamanho, aterrada em 2011, com uma terraplenagem. Ao todo, os empreendimentos suprimiram nesses 10 anos 365,36 hectares de vegetação nativa, entre Mata Atlântica, mangue e restinga, além de 190 árvores
A planilha foi apresentada pela Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH), responsável pelo licenciamento e fiscalização das obras em Suape. O levantamento atende à resolução nº 03/2010 do Consema, de 28 de maio de 2010, que determina o envio ao conselho de relatórios semestrais, referentes aos termos de compromisso já firmados. O primeiro, pelo cronograma, deveria ser entregue em dezembro.

A resolução estabelece, ainda, que a CPRH envie ao Consema, no mesmo prazo, relatório referente às autorizações de supressão de vegetação nativa com base na Lei nº 14.046/2010, de 27 de abril de 2010, que autoriza o desmatamento de 508 hectares de mangue, 17 de mata atlântica e 166 de restinga. A CPRH, no entanto, não mencionou as autorizações em curso em Suape. Uma delas é para o Estaleiro Promar, que ocupará 80 hectares da Ilha de Tatuoca.
Os conselheiros deliberaram que, na próxima reunião do Consema, a CPRH apresente nova planilha e Suape informe o andamento do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) das obras de ampliação do complexo. A exigência de um novo Rima – o existente tem mais de 10 anos – são dos Ministérios Públicos, Federal e de Pernambuco.
O IBAMA também apresentou as autorizações que concedeu a Suape para desmatar, desde 1999. Foram 92,40 hectares, 74,94 de mangue e 17,56 de Mata Atlântica. Desde 21 de dezembro de 2008, com o decreto nº 6.660, cortes superiores a 50 hectares têm que ter anuência do instituto. Caso o empreendimento esteja em Região Metropolitana, como é o caso de Suape, a exigência é de três hectares.
“Vamos trabalhar para que Suape seja um modelo de desenvolvimento sustentável”, disse Sergio Xavier, que assistiu apenas ao final da reunião.



 POR DIEGO FELIPE

segunda-feira, 28 de março de 2011

Companhia Siderúrgica de Suape começa a sair do papel em 90 dias


Do Blog de Jamildo
O governador Eduardo Campos recebeu uma excelente notícia na Itália, na sexta-feira passada.
Executivos do grupo Danieli, parceiro tecnológico da Cone S/A na Companhia Siderúrgica Suape, anunciaram, durante encontro com o governador Eduardo Campos, em Milão, que a inauguração da CSS será antecipada.

Diretor de Operações da Danieli, Frank Alzetta apresentou o novo cronograma de investimentos da companhia para Pernambuco. Antes prevista para operar apenas em 2014, a CSS abrirá as suas portas dois anos antes, no último trimestre de 2012.

“De início, a Companhia Siderúrgica Suape vai produzir os perfis, os tubos e as estruturas de aço. A expectativa é que, um ano depois, ela fabrique também as bobinas de aço”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio.

Anunciada em dezembro de 2010, a CSS será a primeira laminadora de aços planos do nordeste e vai produzir, por ano, cerca de 1 milhão de toneladas de laminados a quente, a frio e revestidos. A planta está orçada em mais de R$ 1,5 bilhão e é o primeiro grande empreendimento atraído pela plataforma de negócios Cone S/A, empresa formada pela construtora Moura Dubeux e pelo Fundo de Infraestrutura/FGTS, gerido pela caixa Econômica Federal.

Mais de três mil empregos serão gerados na sua construção – que será iniciada dentro de 90 dias – e outras 800 novas vagas de trabalhos permanentes serão abertas no pico de operações.

sexta-feira, 18 de março de 2011

4 mil operários que trabalham no Complexo de Suape entram em greve

Foto: Reprodução / TV Globo
Foto: Reprodução / TV Globo











Da Redação do pe360graus.com

Cerca de 4 mil operários que trabalham nas obras da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo de Suape, entraram em greve nesta sexta-feira (18). Eles se reuniram no canteiro de obras e decidiram interromper o serviço.

Os trabalhadores são funcionários do consórcio Conest, formado pelas empresas Odebrecht e OAS. De acordo com representantes do consórcio, os operários paralisaram as atividades, porque não concordam com os valores oferecidos de reajuste do vale-alimentação e da hora extra.

Uma audiência foi marcada para a próxima segunda-feira (21), no Ministério Público do Trabalho, no Recife, para tentar resolver a situação.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Prorrogado prazo de inscrições para concursos do pólo petroquímico de Suape


Da Redação do pe360graus.com
Foram prorrogadas, até a próxima sexta-feira (25), as inscrições dos concursos públicos do pólo petroquímico de Suape. São oferecidas 92 vagas, sendo 88 para o nível Médio e quatro para nível Superior. As inscrições podem ser feitas pelo site da Fundação Cesgranrio, onde também está disponível o edital.

Nos postos credenciados, o prazo termina no próximo domingo (27). A taxa de inscrição custa R$ 36 para os cargos de nível Médio e R$ 53 para os de nível Superior. Os salários iniciais variam de R$ R$ 1.505 a 5.376, além dos benefícios.

As oportunidades são nas áreas de engenharia elétrica e de manutenção, supervisão em processos químico e têxtil, operação de produção, eletricidade, mecânica, entre outras.