Do Diário de Pernambuco
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imagem: brasilnicolaci.blogspot.com |
Em cinco
anos, a China pode se converter no primeiro sócio comercial da América Latina
graças ao aumento das exportações de países como Colômbia ou Argentina,
assegurou nesta sexta-feira (25) o presidente do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
"O
maior sócio comercial do Brasil é a China, o maior sócio comercial do Chile é
há tempos a China, e, no ritmo que o comércio da China com países como Colômbia
ou Argentina caminha, em cinco anos pode chegar a ser o primeiro sócio
comercial" da região, disse Moreno em um fórum de políticas econômicas
realizado em Paris.
O
presidente do BID, o organismo que financia projetos de desenvolvimento
econômico e social na região, explicou o aumento das exportações em direção ao
país asiático por sua necessidade de produtos básicos. "A
China é hoje uma economia que pesa muito, sobretudo na América do Sul, porque
tem uma grande demanda de produtos básicos que a América do Sul possui de forma
abundante", explicou Moreno, embora tenha descartado que isto signifique
uma dependência para as economias da região.
"O
interessante na América Latina hoje é que diversificou muito seus fluxos
comerciais. Há dez anos os Estados Unidos representavam 60% do comércio com a
região, hoje são 38%. A Europa deve estar em torno dos 12% ou 13%",
lembrou.
Segundo
Moreno, uma das prioridades da América Latina tem que ser a integração e o
desenvolvimento do comércio dentro da região, que atualmente representa 18% e
que pode chegar a dobrar seu tamanho, segundo suas previsões.
O
presidente do BID também evocou a crise da dívida financeira na Europa e
assegurou que a experiência da América Latina pode fornecer algumas chaves para
a situação atual no velho continente.
"A
América Latina tem um PHD (doutorado) em crises financeiras. Em um espaço de 25
anos, tivemos algo como 31 crises financeiras. E a maneira de crescer e sair da
crise foi para muitos países o caminho da exportação", lembrou.
"No
balanço, o que a América Latina fez, alguns países melhor do que outros, foram
reformas estruturais que apontavam para o crescimento. Mas os ajustes tiveram
uma quantidade de consequências, os déficits em infraestruturas que atualmente
temos se devem aos ajustes que foram feitos então", assegurou.
Luis
Alberto Moreno participava junto a representantes de vários países
latino-americanos de um fórum co-organizado pelo BID e pela Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual foram abordadas as
estratégias regionais para enfrentar a crise dos países ricos.
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